
Décadas mais tarde, pelos anos 80, o espaço cultural entrou em decadência ficando praticamente em ruínas.
Consciente da importância deste espaço na memória e na herança cultural do nosso Concelho, a Câmara adquiriu, em 2001, este equipamento iniciando-se, então, o processo de recuperação com a abertura de concurso público internacional para a escolha do projeto.
O projeto vencedor foi o de Alexandre Alves da Costa, arquiteto e professor universitário na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, que procedeu à apresentação das linhas gerais do plano de recuperação do teatro no interior arruinado do edifício.
Do antigo Cine-Teatro, apenas se mantém a fachada e a volumetria. O interior integrará, no piso inferior, uma pequena sala polivalente para conferências, exposições e pequenos concertos e, no piso superior, uma sala de espetáculos funcional e de vanguarda com a particularidade de que as cerca de 240 cadeiras da plateia serão amovíveis, permitindo adaptar a sala de acordo com o tipo de espetáculo a apresentar. Acresce, ainda, que a cobertura do novo teatro será em cobre e, no cimo da torre com 14 metros de altura, haverá uma luz, uma espécie de farol que funcionará como símbolo do novo espaço.
A empreitada começou com a demolição de todo o miolo interior do teatro, que se encontrava em franca degradação.

Concluída a fase de demolição, iniciaram-se os trabalhos de geotecnia que, apesar de se manterem num ritmo acelerado, só mostraram os seus resultados depois da escavação total do lote. Para se poder iniciar a escavação, foi necessária a contenção dos terrenos dos lotes vizinhos com uma cortina de micro-estacas ligadas ao firme do terreno a profundidades que variam entre os 6 e os 17m. Este método foi previsto no projeto por ser o mais fiável em casos como o que temos: solos arenosos com nível freático elevado, a cerca de 4m de profundidade, justificáveis pela grande proximidade do mar.
Neste momento, a estrutura de betão armado que será o esqueleto e o envelope exterior do novo Teatro está concluída.

A entrada no Teatro será feita pelo átrio que dá acesso direto ao Foyer, um espaço amplo com pé direito duplo. Deste ponto de partida acede-se a todos os espaços do Teatro, nomeadamente, à sala principal.
A sala principal é, certamente, o espaço mais nobre do Teatro e nela distinguem-se, como seria de esperar, dois grandes espaços: o palco e a plateia. A sala foi pensada para permitir o máximo de mobilidade e versatilidade possível, prevendo-se o equipamento necessário para que o Teatro funcione em perfeição com as mais variadas artes, tanto de cinema como de música, nas suas muitas vertentes, e, claro está, de teatro. Nela, poderão sentar-se cerca de 240 pessoas, estando inclusivamente previstos lugares e as estruturas necessárias para o acesso a pessoas com acessibilidade condicionada. O palco terá uma mesa elevatória e todas as estruturas de apoio necessárias às várias artes cénicas, desde as quarteladas à própria caixa de palco e a todas as estruturas necessárias acima dele.
Do Foyer aceder-se-á, ainda, ao espaço polivalente do piso 3, com vistas para a Avenida Serpa Pinto, onde se realizarão atividades paralelas para públicos menores e funcionará um espaço do tipo Café-Concerto, com uma comunicação versátil à plateia.
No apoio a estes espaços, é necessário um conjunto de infraestruturas técnicas (equipamentos AVAC, eletricidade, informática, etc.) e de apoio (camarins, gabinetes, espaços de armazém, arrumos, etc.) que ocupam uma grande área do teatro, distribuindo-se, na generalidade, pelos pisos enterrados e pelos pisos superiores do edifício. Além destes espaços meramente técnicos, foi prevista uma sala no piso 8 para ensaios com uma dimensão muito semelhante à do palco principal.
Alves da Costa adverte que “não será este o grande teatro municipal, mas que será seguramente um espaço apetecível para os espectadores e grupos teatrais”.
Espera-se conseguir, de acordo com as próprias palavras do arquiteto, “uma máquina que funcione e que seja estimulante não só para os espectadores, mas também para os artistas que queiram aqui ter as suas experiências teatrais”.
Espera-se conseguir, de acordo com as próprias palavras do arquiteto, “uma máquina que funcione e que seja estimulante não só para os espectadores, mas também para os artistas que queiram aqui ter as suas experiências teatrais”.
O grande objetivo desta grande obra é a revitalização deste equipamento cultural, fazendo dele um espaço polivalente capaz de acolher espetáculos de música, dança, teatro, exposições e conferências, além de cinema.
Esta obra, de cerca de 3 Milhões e 500 mil euros, contou com um financiamento do Programa Operacional da Cultura de cerca de 1 milhão e 755 mil euros, realizando-se a inauguração do Teatro no dia 15 de novembro de 2008.
Conteúdo atualizado em2024/06/2708:37