O Farol de Leça da Palmeira vai passar a integrar a Rede de Museus de Matosinhos
Com uma torre de 46 metros de altura e 3,5 metros de diâmetro, é o segundo maior farol do país e foi o último a ser construído em Portugal Continental. A obra foi dirigida pelo engenheiro José Joaquim Peres.
Com a sua entrada em funcionamento a 15 de dezembro de 1926, extinguiu-se o farol da Boa Nova (1916-1926) e o farol de Nossa Senhora da Luz, o primeiro farol da costa portuguesa (1761).
Até 1962, o Farol de Leça da Palmeira acolheu nas suas instalações a Escola de Faroleiros. Em 1979 passou a controlar o funcionamento dos farolins do porto de Leixões (Quebra-mar, Molhe Norte e Molhe Sul) e o farolim de Felgueiras à entrada da barra do Douro. Esta foi a primeira rede de telecontrolo a existir em Portugal.
Face ao interesse manifestado durante anos pelos visitantes, a Direção-geral da Autoridade Marítima e a Câmara Municipal de Matosinhos chegaram a um acordo relativamente à integração daquele monumento na MuMa- Rede de Museus de Matosinhos.
Criada em 2007, a MuMa tem vindo a desenvolver um trabalho permanente e consistente ao nível da divulgação e promoção, formação, apoio técnico e mesmo financeiro aos espaços museológicos do concelho, visando acima de tudo a requalificação museológica e a captação de novos públicos.
O Farol de Leça da Palmeira passará, assim, a ser o 13º núcleo museológico a integrar a MuMa, juntando-se ao Museu de Jazigos Minerais Portugueses, Museu da Misericórdia de Matosinhos, Museu da Escola EB2,3 de Lavra, Casa-Museu Abel Salazar, Museu da Quinta de Santiago, Sala-Museu Guilherme F. Thedim Núcleo Museológico do Mar, Museu dos Bombeiros, Museu Paroquial de Lavra Padre Silva Lopes, Casa do Mar e Tanques Romanos, Museu do Linho e do Milho e Museu da História da Escola Gonçalves Zarco.
Para o efeito, foi hoje assinado um protocolo entre a Câmara Municipal e a Direção de Faróis.
O documento prevê, entre outras medidas, a abertura ao público do farol às quartas-feiras para a realização de visitas guiadas, o desenvolvimento de serviços educativos, através de oficinas e workshops, o apoio técnico, e o apoio ao nível da divulgação e formação.
A cerimónia de assinatura do protocolo contou hoje com a presença do Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, da Presidente da Autarquia, Luísa Salgueiro, da Presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, do Vice-presidente da Autarquia, Eduardo Pinheiro, do Vereador da Cultura, Fernando Rocha, do Vereador da Educação, António Correia Pinto, do Vereador da Mobilidade, José Pedro Rodrigues, do Diretor-Geral da Autoridade Marítima, o vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira , do Diretor de Faróis, Capitão-de-mar-e-guerra, Freitas Artilheiro, do presidente da junta da união das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Pedro Sousa, do Capitão do Porto de Leixões, o Capitão-de-ar-e-guerra Carlos Osvaldo Rodrigues Campos, entre outras individualidades.
O Diretor-Geral da Autoridade Marítima Nacional recordou “que esta zona era uma muito diferente do que é hoje”. “O farol é um guia para a nossa segurança, mas é também algo identitário desta zona para quem cá mora”, disse o vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira.
Para a Presidente da Câmara Municipal, “é muito importante reforçar a MuMa”. “Este é mais um passo na valorização da nossa rede. São espaços com uma importância muito diversificada, mas que espelham bem o nosso património, a nossa identidade, a riqueza das nossas gentes e das nossas tradições”, salientou.
Luísa Salgueiro, dirigindo-se ao Secretário de Estado da Defesa Nacional, elogiou ainda a postura do Governo: “Registamos com muita satisfação desta abertura por parte do Governo para que os matosinhenses e não só possam beneficiar deste património tão importante.
O farol é um marco de orientação para os navegantes e não só. A nossa relação com o mar é o que nos distingue das outras comunidades. É muito relevante para nós que o farol possa ser vivido por todos”.
Também Marcos Perestrello defendeu a relevância da integração do Farol de Leça da Palmeira na Rede de Museus de Matosinhos e a sua divulgação “quer para a função técnica que o farol tem quer para o aprofundamento da ligação com as populações”, fatores fundamentais “para a construção da identidade nacional”.
