
Homem que dedicou a sua vida a amar a música e a dá-la a conhecer, sem esquecer que foi um excelente professor de física do ensino secundário.
"Manuel Dias da Fonseca nasceu em Matosinhos no dia 6 de dezembro de 1923. É um homem invulgar, seguramente um dos grandes intelectuais do século XX português, que uma permanente e militante discrição deu o exclusivo da sua atenção aos amigos, aos alunos, aos sobrinhos, a muitos e muitos jovens e a muitos e muitos públicos anónimos que ajudou a construir e a crescer.
A música clássica foi sempre a sua companheira. O Manuel Dias da Fonseca é um grande melómano: verdadeiramente culto, ouviu tudo, leu tudo, compreendeu tudo. A sua discoteca e biblioteca musical foi local de descoberta, de surpresa, de prazer, construída ao longo de décadas com uma sabedoria e abertura imensas, verdadeiro oásis de quem procurava ou de quem estava disponível para ouvir.
A música clássica foi sempre a sua companheira. O Manuel Dias da Fonseca é um grande melómano: verdadeiramente culto, ouviu tudo, leu tudo, compreendeu tudo. A sua discoteca e biblioteca musical foi local de descoberta, de surpresa, de prazer, construída ao longo de décadas com uma sabedoria e abertura imensas, verdadeiro oásis de quem procurava ou de quem estava disponível para ouvir.
Foi e é um homem do seu tempo. Sempre jovem, sempre atento ao que se faz hoje, muito pouco dado às nostalgias do passado. É também por isso que os seus amigos são sempre jovens. E quantas gerações sempre renovadas tiveram nele o Professor, o Pedagogo, o Amigo.
Democrata no sentido mais etimológico da palavra. Na política, na cultura, nunca usou a sua poderosa memória para impor mas sim para abrir mentalidades, para lembrar que há sempre um outro, ou outros.
O seu percurso foi muito o de um Sócrates: provocar a descoberta, lembrar sempre que pode ser de outra maneira, promover a procura para confirmar a diversidade. E como bom sábio dava sempre as pistas necessárias. É por isso que se aprende com ele, é por isso que nenhum aluno o esqueceu.
Com a música no centro, ao arrepio da elite portuguesa, pouco dada às músicas, nenhuma disciplina lhe escapou, como grande intelectual que é: as artes, a filosofia, as ciências, as literaturas, a política, a história, o cinema. Publicou três livros de poesia, há muito esgotados: A solidão Povoada, 1953; A noite, um dia, um rio, 1956 e Talvez origem, 1976
Nos anos 80 assumiu o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, numa altura em que a cultura estava arredada das preocupações autárquicas. Desassombrado, Manuel Dias da Fonseca, entregou-se de corpo e alma às funções de autarca, criando públicos, definindo estratégias. A sua ação e determinação, deram frutos, frutos que chegaram até aos nossos dias".
Nos anos 80 assumiu o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, numa altura em que a cultura estava arredada das preocupações autárquicas. Desassombrado, Manuel Dias da Fonseca, entregou-se de corpo e alma às funções de autarca, criando públicos, definindo estratégias. A sua ação e determinação, deram frutos, frutos que chegaram até aos nossos dias".
José Manuel Dias da Fonseca
Foi pelo seu percurso como autarca, intelectual, e cidadão, e pela consciência do seu inegável e justo prestígio, que a Câmara Municipal de Matosinhos lhe atribuiu, em 21 de maio de 2007, a Medalha de Honra, em ouro, e o título de cidadão honorário de Matosinhos.
Conteúdo atualizado em2016/06/2811:19