
Fernando Távora foi um dos fundadores da chamada "Escola do Porto", mestre de Siza Vieira e Souto Moura. Introduziu, a partir dos anos 50, uma reflexão sobre o papel social da arquitetura, em oposição às realizações e aos discursos oficiais da época, a arquitetura contemporânea. Como criador de uma nova lógica de construção, prestou sempre atenção às paisagens originais, utilizando-as como dados culturais que devem ser integrados no diálogo com a construção final.
Fernando Luís Cardoso de Meneses e Tavares de Távora nasceu no Porto a 25 de agosto de 1923 e morreu em Matosinhos a 3 de setembro de 2005.
Passou os primeiros anos da sua vida nas propriedades da família, no Minho, na Bairrada e nas praias da Foz do Douro, revelando desde cedo a sua aptidão para o desenho e o seu interesse por casas antigas.
Passou os primeiros anos da sua vida nas propriedades da família, no Minho, na Bairrada e nas praias da Foz do Douro, revelando desde cedo a sua aptidão para o desenho e o seu interesse por casas antigas.
Concluído o curso liceal do Segundo Ciclo no Liceu Alexandre Herculano, em 1940, com a classificação de dezasseis valores, fez o exame de admissão à Escola de Belas Artes do Porto, em 1941, para frequentar o Curso Especial de Arquitetura, contrariando, deste modo, a vontade da família que o queria ver licenciado em Engenharia Civil, um curso, a seu ver, mais prestigiante e mais concordante com a sua condição social.
Durante quatro anos frequentou o Curso Especial de Arquitetura, inscrevendo-se de seguida no Curso Superior de Arquitetura, em setembro de 1945, no decurso do qual estagiou com o Arquiteto Francisco Oldemiro Carneiro e realizou vários projetos nos anos de 1946 e 1947.
Em 1947 publicou o ensaio "O problema da casa portuguesa. Falsa arquitetura. Para uma arquitetura de hoje.", onde sintetizou a noção de uma arquitetura moderna, mas enraizada na cultura, e onde chamou a atenção para a necessidade de um estudo científico da arquitetura popular portuguesa.
A sua longa e marcante carreira de docente universitário ligou-se, essencialmente, a três instituições: à Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), onde começou a lecionar, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), que ajudou a instalar (foi Presidente da sua Comissão Instaladora) e à Universidade de Coimbra, mais concretamente ao Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia, constituído com a sua colaboração nos anos oitenta do século XX.
Nas aulas vivas e cativantes deste professor competente e interessado, os tradicionais diapositivos eram, por vezes, substituídos por desenhos da sua autoria e os alunos instigados a viajar, tal como ele fez durante toda a sua vida, por prazer e para estudar arquitetura e trabalhar.
Como poucos, participou, entre 1951 e 1959, nos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna, da Conferência Internacional de Artistas da UNESCO de Veneza, Hoddesdon, Aix-en-Provence, Dubrovnik and Otterlo, onde conheceu, entre outros, a figura mítica do arquiteto Le Corbusier. Foi Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto para a Cultura nos Estados Unidos e Japão (1960).
Os seus projetos arquitetónicos construídos, tais como o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953-59), o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, em Matosinhos (1956-1960), a Casa de Férias no Pinhal de Ofir, em Fão (1957-1958), a ampliação das instalações da Assembleia da República, em Lisboa (1994-1999) ou a Casa da Câmara/Casa dos 24, no Porto (1995-2002), refletem um forte sentido de responsabilidade social na forma como associa a criatividade à criteriosa abordagem ao sítio, aos pormenores técnicos e à funcionalidade da obra.
Na área da conservação do património deixou trabalhos inigualáveis, como a recuperação do Convento de Santa Marinha da Costa e sua transformação em Pousada (1975-1984) e a redescoberta e reabilitação do Centro Histórico de Guimarães (1985-1992), classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em 2001; o projeto de remodelação e expansão do Museu Nacional de Soares dos Reis (1988-2001) e o restauro exemplar do Palácio do Freixo e áreas envolventes, no Porto (1996-2003).
Na área da conservação do património deixou trabalhos inigualáveis, como a recuperação do Convento de Santa Marinha da Costa e sua transformação em Pousada (1975-1984) e a redescoberta e reabilitação do Centro Histórico de Guimarães (1985-1992), classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em 2001; o projeto de remodelação e expansão do Museu Nacional de Soares dos Reis (1988-2001) e o restauro exemplar do Palácio do Freixo e áreas envolventes, no Porto (1996-2003).
Foi também arquiteto da Câmara Municipal do Porto e Consultor da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, do CRUARB (Comissariado para a Recuperação Urbana da Área da Ribeira - Barredo), da Comissão de Coordenação da Região Norte e do Gabinete Técnico da Câmara Municipal de Guimarães. Foi Membro Conselheiro do Comité de Cursos de Campo de Arquitetura da Comunidade Económica Europeia.
Conteúdo atualizado em2016/06/2811:19