
Arquiteto, marcou, como poucos, a cidade e a arquitetura portuguesa do século XX. Dedicou-se à arquitetura de "grande escala", ou seja, à arte de fazer cidade.
Arménio Taveira Losa nasceu em 1908 em Braga e morreu em 1988 no Porto. Formou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1932 e, em 1936, ingressou no Gabinete do Plano de Urbanização do Porto sendo responsável, entre outros projetos, pelo arranjo urbanístico da zona envolvente da Sé do Porto finalizado em 1940. Realizou diversas obras de estilo moderno durante a década de 30.
Arménio Losa é o menos conhecido e o menos citado dos arquitetos do movimento modernista português no Porto e no Norte do país. O seu nome surge normalmente secundarizado pela proeminência que ganharam as obras de um Januário Godinho (1910-1990) ou de um Viana de Lima (1913-1991), seus colegas no curso de Arquitetura da Escola de Belas-Artes do Porto - que, aliás, viriam a diplomar-se mais tarde -, mas a produção de Losa (que foi casado com a escritora alemã fugida ao nazismo Ilse Losa) merece ser mais bem conhecida, divulgada e apreciada.
Arménio Losa é o menos conhecido e o menos citado dos arquitetos do movimento modernista português no Porto e no Norte do país. O seu nome surge normalmente secundarizado pela proeminência que ganharam as obras de um Januário Godinho (1910-1990) ou de um Viana de Lima (1913-1991), seus colegas no curso de Arquitetura da Escola de Belas-Artes do Porto - que, aliás, viriam a diplomar-se mais tarde -, mas a produção de Losa (que foi casado com a escritora alemã fugida ao nazismo Ilse Losa) merece ser mais bem conhecida, divulgada e apreciada.
Foi um arquiteto moderno. Entendeu a modernidade no conceito do seu tempo integrando uma nova ordem social, política e estética. Para ele, modernidade significava precisamente «oposição e consciência da rutura».
Nos anos 40 e 50 Arménio Losa é o arquiteto que no Norte encabeça a resistência à imposição pelo regime de um pretenso estilo arquitetónico nacionalista. Com Cassiano Barbosa projeta, neste período, algumas das obras mais significativas da cidade do Porto - são edifícios para escritórios, habitação e indústria de encomenda privada, tendo sido ainda coordenador do projeto para as novas Instalações Industriais da C.U.F.P., em Matosinhos.
Arménio Losa dedicou ao estudo e às questões do urbanismo grande parte da sua vida profissional. Foi responsável pelo primeiro gabinete de urbanização da Câmara Municipal do Porto desde a sua fundação, em 1939, até 1945. Mas é, sobretudo, em Matosinhos que nos anos 60 e 70 desenvolve como urbanista uma intensa e decisiva atividade. Este interesse e saber, que representava na época a atualidade do conhecimento, está na base do convite de Carlos Ramos, em 1945, para lecionar a cadeira de Urbanismo do Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto. Chega a tomar posse do lugar, mas é afastado por não merecer a confiança política do regime.
A verdade é que a vivência de Losa como cidadão, política, cultural e socialmente empenhado nos problemas da época em que viveu, deu-lhe uma especial clarividência quanto ao que era mais útil e necessário fazer para, realmente, mudar o mundo. Para Losa, a cidade era muito mais uma questão política do que uma questão simplesmente "arquitetónica". Tinha, por isso, uma visão ética do exercício da profissão e, por consequência, uma visão eminentemente urbana da arquitetura.
Losa deixa, também, edifícios marcantes nesta e noutras cidades de outros países como, por exemplo, Moçambique e Angola. A arquitetura é uma arte eminentemente coletiva e, por isso, Arménio Losa sempre partilhou com outros o exercício desta excitante arte. Do riquíssimo curriculum de Losa como "arquiteto de profissão" consta, ainda, a passagem pela Câmara do Porto, onde foi autor e ator de muitas operações urbanísticas que, não raro, mudaram a cidade. É, por exemplo, o caso da reformulação da área envolvente da Sé que, nos anos 40, que foi levada a cabo a propósito das Comemorações dos Centenários e de que resultou a criação do atual Terreiro, que deu novo enquadramento ao conjunto monumental aí existente.
O obra de Losa é singular e sobre ela até o próprio autor tinha uma visão crítica - por vezes até excessivamente severa -, pelo que não era raro ver Losa eliminar do seu curriculum (ou até renegar) obras que é obrigatório incluir nas grandes realizações da arquitetura do seu tempo. Losa tinha, no entanto, uma clara noção do passar do tempo e dos tempos e procurava, também por isso, rodear-se de colaboradores e, sobretudo, de colaboradores jovens. Trabalhou muitos anos com o arquiteto Cassiano Barbosa, com quem assinou uma parte importante dos trabalhos que realizou (mais de 150), mas muitos outros o acompanharam por períodos de tempo variável, incluindo a colaboração esporádica, mas primordial, em concursos públicos de arquitetura com espaço e tempo privilegiado para a consolidação de conceitos. Entre eles, contam-se nomes confirmados da arquitetura portuguesa como por exemplo, Pádua Ramos, Matos Ferreira, Beatriz Madureira, Pedro Ramalho e Sérgio Fernandez ou, ainda, na última fase da sua vida, o talentoso mas infortunado Henrique de Carvalho, desaparecido ainda jovem, mas que, com Losa e como Losa, fez do rigor mais absoluto e da exigência mais extrema, o modo de ser cidadão e arquiteto.
Conteúdo atualizado em2016/06/2811:19