
Foi professor de desenho da Escola de Belas-Artes do Porto, espiritualista e artista de invulgar sensibilidade, dedicou-se principalmente à pintura de retratos. Embora se iniciando cedo na pintura, o primeiro reconhecimento só veio aos 28 anos, quando foi premiado na Exposição Universal de Paris, com o tríptico “A Vida”. A partir daí, foi um suceder de prémios, tanto na Europa como nos Estados Unidos.
António Teixeira Carneiro Júnior nasceu em Amarante a 16 de setembro de 1872 e morreu na cidade do Porto a 31 de março de 1930.
As circunstâncias precárias que envolvem o seu nascimento e primeira infância levam ao seu internamento no Asilo do Barão de Nova Sintra, no Porto, quando contava apenas sete anos de idade. Ali cresceu sujeito a uma disciplina rígida, sem contudo ter adormecido a sua tendência natural para a pintura.
As circunstâncias precárias que envolvem o seu nascimento e primeira infância levam ao seu internamento no Asilo do Barão de Nova Sintra, no Porto, quando contava apenas sete anos de idade. Ali cresceu sujeito a uma disciplina rígida, sem contudo ter adormecido a sua tendência natural para a pintura.
No asilo toma contacto com o desenho, copiando ilustrações de textos religiosos usados nas celebrações litúrgicas. Apesar de se pressentir uma vivência dominada pela solidão e pelas dificuldades, sob a imagem de menino pobre, exalta no seu íntimo o desejo de vencer no empenho de uma carreira nas Belas-Artes.
Em 1884, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, reconhecendo o seu talento, faculta-lhe a frequência do curso de Pintura de História na Academia de Belas-Artes do Porto, onde ficou conhecido pelo Mongezinho de Nova Sintra. Foi discípulo de Soares dos Reis, João António Correia e Marques de Oliveira, respetivamente nos cursos de escultura, desenho e pintura.
A frequentar o curso na Academia de Belas-Artes, o pintor-poeta publicou em 1891 uma série de poemas e em 1894 dirigiu a efémera revista Geração Nova. Em 1896, termina o curso com distinção, apresentando como obra de fim de curso a tela Jesus e a Lenda do Martírio, onde já evidenciava o seu imaginário simbolista.
A frequentar o curso na Academia de Belas-Artes, o pintor-poeta publicou em 1891 uma série de poemas e em 1894 dirigiu a efémera revista Geração Nova. Em 1896, termina o curso com distinção, apresentando como obra de fim de curso a tela Jesus e a Lenda do Martírio, onde já evidenciava o seu imaginário simbolista.
Em 1897, com 25 anos, parte para Paris com uma bolsa de estudos, e inscreve-se na Academia Julian, onde teve como mestres Jean Paul Laurens e Benjamin Constant.
Os seus motivos e interesses para representação pictórica estavam fora do círculo académico. Visita Itália em 1899, regressando com um Diário onde expressa as suas opções estéticas. Vai manter-se naquela cidade até 1900, ano em que se realiza a Exposição Universal de Paris, para a qual é convidado, participando na decoração do pavilhão português. Ali expõe, além de dois retratos, a Fonte do Bem, pelo que lhe é atribuído uma medalha de bronze, iniciando-se aqui a atribuição de uma série de prémios em exposições internacionais.
Ao longo de toda a sua carreira, António Carneiro praticou principalmente dois géneros de pintura: o retrato e a paisagem. Por conseguinte, é uma tarefa árdua inventariar o vasto conjunto de retratos que fez, a óleo, sanguínea e lápis, na sua maior parte posteriores a 1910. Se foi um género de pintura da sua preferência, foi também, a par das ilustrações, um meio de subsistência.
Entre 1906 e 1915, realiza a série de paisagens de Leça da Palmeira, local onde passava o verão e onde pintava incansavelmente. Já distanciado da estética naturalista, mais do que a natureza, o artista pintava antes os seus sentimentos. Desde 1918 António Carneiro foi professor na Escola de Belas Artes do Porto.
António Carneiro desenvolveu ainda, ao longo de toda a sua carreira, uma intensa atividade como ilustrador em dezenas de livros, retratos de autores, capas de livros e ilustrações dos textos. Neste capítulo, a obra de maior significado é a sua interpretação da Divina Comédia de Dante, obra realizada em plena maturidade (1928), que não chegou a concluir, mas que revela o melhor do seu talento de poeta visionário, esboçada numa série de 42 desenhos realizados no novo atelier em 1928.
Conteúdo atualizado em2016/06/2811:19