
Arqueólogo, etnólogo e naturalista, investigador e divulgador da cultura e da identidade portuguesa, figura ímpar da geração da revista “Portugália”, pioneira da investigação e análise científica, com estudos relevantes nas áreas de arqueologia, etnografia, antropologia e museologia. Espírito ávido de cultura, inteligência penetrante e viva, extraordinárias faculdades de assimilação e elaboração, clareza de exposição.
António Augusto César Octaviano da Rocha Peixoto nasceu na Póvoa de Varzim a 18 de maio de 1866 e morreu na cidade em que vivia – Matosinhos, a 2 de maio de 1909, a poucos dias de completar 43 anos.
Ainda jovem e com percurso académico incompleto, teve necessidade de começar a trabalhar, escrevendo para os jornais, pois tinha a seu cargo o sustento da sua família, mãe e irmãs, numa situação difícil, após o falecimento do seu pai.
Ainda jovem e com percurso académico incompleto, teve necessidade de começar a trabalhar, escrevendo para os jornais, pois tinha a seu cargo o sustento da sua família, mãe e irmãs, numa situação difícil, após o falecimento do seu pai.
Os artigos e folhetos denunciando a situação de degradação do Museu Municipal do Porto tiveram repercussões, exaltando os seus dotes de inteligência e de poder de raciocínio, impressionando até o Município.
A Revista de Ciências Naturais e Sociais foi um importante repositório nos domínios das ciências naturais, arqueologia, antropologia, história, folclore. Foi nesta publicação que Rocha Peixoto publicou alguns dos seus primeiros estudos ligados às áreas das ciências naturais: Museu Municipal do Porto (História Natural), as questões académicas, catálogo do Gabinete de Mineralogia, Geologia e Paleontologia, da Academia Politécnica do Porto.
De dezembro de 1891 a maio de 1892 secretariou a Revista de Portugal, da qual era diretor Eça de Queirós e subdiretor Luís de Magalhães.
A sua colaboração estendeu-se a jornais e opúsculos, publicando artigos sobre variados temas, desde etnografia, arqueologia, folclore, vida colonial, arte e indústrias portuguesas, história, e expressando as mais variadas opiniões sobre instituições científicas, culturais e do ensino. O jornal do Porto onde escreveu mais artigos foi "O Primeiro de Janeiro" e o de Lisboa foi "O Século".
Em 1897 organizou o volume “A Terra Portuguesa”, compilando vinte e seis artigos que publicara no jornal portuense "O Primeiro de Janeiro".
Em 1898 a Sociedade Carlos Ribeiro foi dissolvida e, com o seu desaparecimento, acabou a edição da Revista de Ciências Naturais e Sociais, que durou apenas nove anos.
Um ano depois, em 1899 aparece a revista Portugália, com um cunho nacionalista, enraizada na índole cultural que vigorava, na altura, na cidade do Porto. Com Ricardo Severo como diretor, Rocha Peixoto como chefe de redação, e Fonseca Cardoso como secretário, esta revista prosseguiu a obra iniciada pelo núcleo duro da Sociedade Carlos Ribeiro, tornando-se um repositório nos domínios da arqueologia, da história, da antropologia e da etnografia. Nela recolhe-se a história das nossas indústrias locais, das rendas, das filigranas, das olarias, dos azulejos, das cerâmicas, das comunidades primitivas, constituindo fontes de estudo para se reconstruir a vida do povo português nas idades remotas da existência social.
Nos dois volumes d'A Portugália, os seus trabalhos mais notáveis foram: Os Palheiros do Litoral, As Olarias de Prado, Uma iconografia popular em azulejos, Iluminação popular, Tabulae Votivae, As Filigranas, Os Cataventos, entre muitos outros. A par destes estudos, Rocha Peixoto imprimiu na Portugália outro tipo de colaboração: artigos sobre temas arqueológicos, notícias sobre museus e escavações, elementos bio-bibliográficos de cientistas falecidos, críticas a livros de etnografia, de história, arte, ciências naturais e arqueologia, notas folclóricas, etc.
Na Academia Politécnica do Porto organizou, como naturalista, o Gabinete de Mineralogia, Geologia e Paleontologia, publicando os catálogos das respetivas coleções desta instituição.
Dedicou-se ao estudo e ao ensino da Mineralogia, Geologia e Paleontologia, desempenhando as funções de professor de Geografia e de Ciências Físico-Naturais na Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto.
Foi Bibliotecário no Ateneu Comercial do Porto, cargo que também exerceu na Biblioteca Municipal do Porto, chegando a Diretor desta instituição, que acumulou com o de Diretor do Museu Municipal do Porto.
Conteúdo atualizado em2016/06/2811:19