
"Desocultar Vulnerabilidades na Violência Doméstica: Saúde Mental e Pessoas Idosas"
O Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos juntou hoje especialistas, técnicos, responsáveis institucionais e demais interessados para debater o tema da Violência Doméstica, direcionado especificamente para as questões da Saúde Mental e das Pessoas Idosas.
O seminário "Desocultar Vulnerabilidades na Violência Doméstica: Saúde Mental e Pessoas Idosas", organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos em parceria com a Rede de Intervenção na Violência Doméstica e em Contexto Familiar de Matosinhos (RIV), surge no âmbito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na área da Violência Doméstica em Matosinhos.
Sendo a problemática da violência doméstica transversal a todas as idades, meios socioeconómicos, bem como condição de saúde, e considerando os números crescentes de violência na população mais idosa e mais vulnerável (7,4% das vítimas são pai/mãe/padrasto/madrasta – RASI - relatório anual de Segurança interna 2022), o fórum deste ano destinou-se a refletir e a discutir a violência junto de pessoas idosas, bem como as questões de saúde mental, por vezes, associadas a este fenómeno.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e responsável pela área da Intervenção Social e Saúde procedeu hoje de manhã à abertura da sessão de trabalho.
Carlos Mouta referiu-se à importância da violência doméstica, nomeadamente no que respeita a pessoa idosa, e falou em traços gerais sobre o trabalho desenvolvido por Matosinhos em torno desta problemática.
“Mas a CMM não consegue fazer tudo. Conta com uma forte rede de parceiros – RIV – para evoluir no seu trabalho” … “Partilhar conhecimentos e experiências, promover reflexões sobre o tema, debater os desafios relacionados com a dinâmica atual da nossa sociedade são os objetivos deste encontro”, realçou.
De acordo com os dados do RASI de 2022, a violência doméstica teve um aumento de 15,8% face ao ano de 2021. De entre as tipologias que integram esta categoria, destaca-se a violência doméstica contra cônjuge ou análogo, que assume 86% de toda a violência doméstica. A tipologia de violência doméstica contra menores registou, também, um aumento significativo de 28,2%, face ao ano anterior.
A violência doméstica continua a ter uma expressão particularmente feminizada, uma vez que a grande maioria das vítimas é do sexo feminino (72,4% das vítimas são do sexo feminino, e 80,2% dos denunciados são do sexo masculino - dados do RASI de 2022 – Relatório Anual de Segurança Interna), constituindo-se um forte obstáculo à igualdade de género e ao exercício de uma verdadeira cidadania por parte das mulheres.
Na iniciativa marcou também presença Palmira Macedo, presidente da Assembleia Municipal de Matosinhos, cargo que acumula com o de Conselheira Local para a Igualdade.
Durante o dia foram discutidas várias temáticas relacionadas com a violência doméstica e a pessoa idosa. A lei e as respostas legais perante esta realidade, a prevenção da violência contra as pessoas idosas e os tipos de intervenções existentes, bem como os riscos e problemas para a saúde (mental) nas vítimas de violência, foram alguns dos assuntos versados nas várias mesas redondas que integraram o programa do evento.
Refira-se que a RIV é uma rede local na qual participam as entidades que intervêm no âmbito da violência doméstica e em contexto familiar, e que inclui instituições públicas da área da saúde, justiça, intervenção social e outras tendo, como finalidade maior, agilizar os procedimentos de referenciação e tornar a intervenção nas situações de violência mais célere e mais eficaz.
A iniciativa assinalou o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado a 25 de novembro.





