
Empresários participam em sessão de trabalho e dão contributos para atingir esta meta
O Salão Nobre dos Paços do Concelho acolheu ontem mais uma sessão de trabalho, no âmbito do projeto “Matosinhos Neutralidade Carbónica 2030”.
Com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2030, limitando a subida média de temperatura em 1,5ºC, a autarquia está a promover um conjunto de iniciativas envolvendo a comunidade para a recolha de novos contributos para desenvolver esta estratégia.
Desta vez, foram ouvidos representantes do setor da indústria, nomeadamente da Super Bock, Mota-Engil, APDL – Administração dos Portos do Douro, Viana do Castelo e Leixões, Fundínio e Germen.
Na sessão foram também apresentados os programas nacionais e europeus de financiamento para a descarbonização da indústria e utilização de hidrogénio e energias renováveis, bem como algumas linhas de financiamento disponibilizados pelo setor bancário para capacitação das empresas para a transição energética.
Recorde-se que Matosinhos atingiu, em 2020, a meta de descarbonização prevista para 2030. Rui Pimenta, da Agência de Energia do Porto, revelou que, face a 2009, ano em que foi elaborada a Matriz de Energia do Município (considerada, portanto, o ponto de partida para a neutralidade carbónica), foram reduzidas em 53 % as emissões de carbono (dados de 2021 apontam para uma redução de 1.4 milhões de toneladas de CO2).
Como tal, a Câmara Municipal de Matosinhos traçou como objetivo reduzir em 85% as emissões de carbono até 2030 (286 toneladas de CO2), antecipando, assim, a meta de descarbonização prevista para 2050.
O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2030, que está a ser elaborado, assenta em cinco ações prioritárias para o município: envolvimento de atores locais, incentivos e financiamento, mobilidade sustentável, energia renovável e eficiência energética.
No que respeita ao envolvimento de atores locais, destacam-se projetos como o Balcão Único de Aconselhamento Energético, o Laboratório de Cidadania pela Transição Climática, o Innovation Atelier e o Conselho Local de Aconselhamento do PAESC – Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima.
No capítulo do financiamento, estão previstos benefícios fiscais (nomeadamente ao nível do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis), incentivos à produção de energia renovável e acesso a apoios no âmbito de programas como o BluAct, a Net Zero Cities, o Living Lab, o Atelier, entre outros.
No que diz respeito à eficiência energética, a autarquia tem vindo a trabalhar na reabilitação energética dos conjuntos habitacionais e dos edifícios municipais, na iluminação pública, na produção de energia fotovoltaica nos edifícios municipais e na compra de energia elétrica de origem 100% renovável.
Relativamente à mobilidade sustentável, as apostas centram-se na mobilidade elétrica e nos postos de carregamento elétricos, na nova linha de metro para S. Mamede de Infesta, a rede de transportes UNIR e a plataforma Matosinhos By Ayr.
Até ao momento, está em curso a implementação de 68 medidas, a maior das quais em áreas como os transportes, reabilitação energética de edifícios e indústria.
A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos sublinhou que “cada dia que passa, os impactos são irreversíveis”. “Não temos alternativa. Matosinhos deve servir de exemplo, inspirar outros territórios e chegar a outros setores de atividade, nomeadamente a indústria, que é fundamental neste processo”, referiu Luísa Salgueiro.



