“O Sal do Esquecimento. Salinas e comercialização de salgados na foz do rio Leça”.
Aí está uma notícia surpreendente, até porque a foz do Leça coincide com o Porto de Leixões! Contudo, durante muitos séculos, desde uma época anterior à nacionalidade e prolongando-se até ao século XIX, esta foi uma realidade incontornável no panorama das actividades económicas e produtivas de Matosinhos, estando mesmo na base de importantes conflitos com a vizinha cidade do Porto, que possuía o exclusivo da comercialização do sal de Aveiro.
Tendo caído completamente no esquecimento ao longo do século XX, esta actividade foi relembrada numa conferência de Joel Cleto (Mestre em Arqueologia e Chefe da Divisão da Cultura e Museus da Câmara Municipal de Matosinhos) e Patrícia Costa (mestranda de História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto), organizada pelo Gabinete de Arqueologia e História da Câmara Municipal de Matosinhos, que teve lugar no dia 29 de Março no Auditório da Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
A conferência intitulou-se “O Sal do Esquecimento. Salinas e comercialização de salgados na foz do rio Leça” e foi profusamente ilustrada com imagens, abordando não só as características geológicas e naturais do (antigo) estuário do Leça, mas recorrendo igualmente a um conjunto muito significativo de documentação, alguma da qual inédita (caso de um fundo sobre as salinas dos Brito e Cunha no século XIX).
O Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, e o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, marcaram presença na primeira de um ciclo de conferências que a Câmara Municipal de Matosinhos vai organizar ao longo do ano intitulado “Novos Estudos Matosinhenses”. Através deste ciclo pretende-se divulgar junto do grande público trabalhos recentemente concluídos, ou ainda a decorrer, sobre a história local de Matosinhos.