
No passado dia 24 de Setembro foi inaugurada pelo Presidente da Câmara, Narciso Miranda, a exposição “Agostinho Salgado”, patente no Museu da Quinta de Santiago.
Com esta mostra, a Câmara Municipal de Matosinhos encerra o ciclo de exposições que, ao longo dos dois últimos anos, chamou a atenção para a obra dos pintores “residentes” do Museu, isto é, dos três pintores que constituem a sua exposição permanente e que se encontram profundamente ligados a Matosinhos: Augusto Gomes, António Carneiro e Agostinho Salgado.
Paralelamente à inauguração, foi lançada a fotobiografia de Agostinho Salgado – “Um Luminoso Silêncio” – da autoria da Prof.ª Dr.ª Maria Manuel Baptista e do Dr. José Maria Lopes, que a Câmara Municipal de Matosinhos co-editou em colaboração com a editora “Ver o Verso”.
Sobre a exposição e sobre o livro, transcrevemos o Prefacio do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Narciso Miranda:
“Agostinho Salgado nasceu e morreu em Leça da Palmeira. Apesar da vida o ter feito viajar, trabalhar e viver por outros lugares, a verdade é que nunca se desprendeu das margens de Leça que, como muitos poucos, imortalizou nas suas telas. Dono de uma carreira brilhante como pintor, professor e conservador do Museu Nacional Soares dos Reis, Agostinho Salgado é, incontornavelmente, um dos nomes grandes do panorama artístico e cultural de Matosinhos do século XX, mas, infelizmente, nem sempre suficientemente recordado e divulgado. A Câmara Municipal de Matosinhos deu-lhe, há já quase uma década, lugar de destaque na exposição permanente do Museu da Quinta de Santiago. Mas não era suficiente. Faltava um estudo aprofundado da sua personalidade e da sua obra. É essa falha que, muito merecidamente, esse livro vem ultrapassar.”
Por sua vez, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, escreveu:
“Agostinho Salgado é considerado por muitos como uma das figuras maiores da geração portuguesa que prolongou, entre nós, o naturalismo pelas décadas de 40, 50 e 60 do século passado. A pintura deste mestre, natural de Leça da Palmeira, ultrapassou contudo o mero «registo documental» que anda associado àquela tendência artística desenvolvendo uma estética que lhe é muito própria. Exímio no «tratamento da luz», Agostinho Salgado deslumbra-nos, ainda hoje, e muito particularmente nos seu óleos, com a sua mestria na filtragem da luminosidade, nas transparências, neblinas, fumos e sobreposições. Um tratamento plástico da paisagem que, não raras vezes, encontrou inspiração na sua terra natal que foi, também, a de grande parte da sua vida.”