Narciso Miranda inaugurou o monumento esculpido por José João Brito
Algumas dezenas de familiares dos 152 pescadores falecidos na noite de 1 para 2 de Dezembro de 1947, no naufrágio que afundou quatro traineiras ("D. Manuel", "Rosa Faustino", "São Salvador" e "Maria Miguel"), assistiram à inauguração do Monumento ao Pescador, no areal da praia de Matosinhos. O Monumento esculpido por José João Brito, inspirado pela tela "Tragédia do Mar" do Mestre Augusto Gomes, tem cerca de três metros de altura e é composto por cinco figuras, viúvas e órfãos que expressam a sua dor pela perda dos seus entes na referida tragédia de 1947.
O Presidente da Câmara Municipal, Narciso Miranda, presidiu à cerimónia de homenagem aos pescadores e seus familiares, tendo descerrado uma lápide evocativa da história trágica daqueles pescadores, onde consta ainda uma nota explicativa sobre a escultura que se ergue em pleno areal, em frente ao local do naufrágio.
Tendo em conta que muitos matosinhenses são descendentes dos náufragos, Narciso Miranda quis que o nefasto acontecimento da tragédia fosse se algum modo lembrado e, por isso, a autarquia mandou erguer o Monumento ao Pescador, em sinal de solidariedade para com as famílias das vítimas e em homenagem para com os pescadores, mártires do naufrágio de 1947.
Na cerimónia estavam presentes Maria Emília Figueiredo, uma das viúvas do naufrágio, e Luís Mendonça, de 93 anos, que conseguiu sobreviver à tragédia. Este episódio matou 152 homens, deixando mais de duzentos órfãos e 71 viúvas em terra, também causando graves problemas sociais e económicos no concelho.
Antes da apresentação da peça de José João Brito, foi aberta ao público a exposição "Nós e o Mar", da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, que está patente na Biblioteca Florbela Espanca, seguida de um desfile dos ranchos folclóricos do concelho, desde o centro cívico até ao Monumento ao Pescador.