De 25 de março a 26 de agosto, há clássicos para ver no Cine-teatro Constantino Nery. A entrada é livre até à lotação do Café Concerto.
Desde a sua inauguração a 10 de junho de 1906 até ao seu encerramento, na década de 80, o Cine-teatro Constantino Nery dedicou uma parte da sua programação ao cinema, em particular à exibição de westerns, com lotações esgotadas de espectadores que não perdiam os filmes de John Wayne.
Ao reabrir o Cine-teatro Constantino Nery a 15 de novembro de 2008, a Câmara Municipal de Matosinhos tornou-o um espaço polivalente capaz de acolher espetáculos de música, dança, teatro, exposições e conferências, além de cinema.
Em homenagem aos grandes cineastas, ao longo dos próximos meses, o Cine- teatro Constantino Nery organiza o Ciclo “Viagem pelo Cinema”. Dos primórdios do cinema a Hollywoood, do expressionismo, impressionismo e surrealismo de Fellini ao aparecimento do som, do cinema pós-guerra ao sexo e melodrama, há clássicos para ver pela primeira vez ou para recordar.
O primeiro capítulo, dedicado ao nascimento do cinema, está já marcado para dia 25 de março, a partir das 21h30. A sessão apresenta “Amarcord”, uma obra de Federico Fellini que, através dos olhos da personagem Titta, revê a sua vida familiar, a religião, a educação e a política dos anos 30, época do fascismo.
O filme fala dos sonhos de um outro mundo, sonhos alimentados pelos turistas de um hotel de luxo, por um transatlântico que por ali passa, pelo cinema e pelo início do fascismo.
Entre os personagens estão o pai e a mãe de Titta; um padre que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação anticonvencional; Gradisca, a cabeleireira; a mulher da tabacaria; Volpina, a ninfomaníaca; o tocador de acordeão cego, entre outras personalidades do povoado.
O filme tece duras críticas ao regime de Benito Mussolini. Uma das sequências do filme retrata a nociva influência do fascismo ao mostrar o vilarejo reunido para uma passeata em homenagem ao “Duce”, mas que é coberta por uma escura e grossa cortina de fumaça. Em outra sequência, a educação fascista é mostrada como intensamente preocupada com a ordem e a forma quando os professores elogiam a disciplina dos jovens, que são obrigados a fazerem saudações com armas e bambolês repetidamente. A paranoia e a brutalidade do regime também são criticadas quando o pai de Titta é torturado e interrogado por supostamente tocar a Internationale num gramofone.
Ficha Técnica:
Direção: Federico Fellini
Produção: Franco Cristaldi
Elenco: Pupella Maggio; Armando Brancia; Magali Noël; Bruno Zanin
Género: Comédia dramática
Idioma: Italiano
Música: Nino Rota
Direção de arte: Giorgio Giovannini
Direção de fotografia: Giuseppe Rotunno
Figurino: Danilo Donati
Edição: Ruggero Mastroianni
Duração: 127 minuto
Classificação etária: Maiores de 12
O Ciclo “Viagem pelo Cinema” decorre de 25 de março a 26 de agosto, uma vez por mês, no Café Concerto do Cine-teatro Constantino. A entrada é livre até à lotação da sala.
Programa:
25 de março:
Capítulo 1- O nascimento do Cinema
Amarcord- Federico Fellini
29 de abril:
Capítulo 1- O sonho de Hollywood
As mil e uma noites – Pasolini
27 de maio:
Capítulo 3- Expressionismo, Impressionismo, Surrealismo
Noites Brancas- Visconti
17 de junho:
Capítulo 4- O aparecimento do som
Contos da Loucura Normal- Marco Ferreri
29 de julho:
Capítulo 5- Cinema do Pós-Guerra
A Paixão de Joana D’Arc- Dreyer
26 de agosto:
Capítulo 6- Sexo e Melodrama
Exodos- Otto Preminger
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