O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se comemora há meio século, vai ser amanhã assinalado em Matosinhos com uma caminhada num troço daquele que é um dos mais emblemáticos e antigos trajetos do país: o chamado Caminho Português da Costa a Santiago. O percurso arrancará pelas 9h30 junto ao Cruzeiro do Padrão da Légua (Rua da Fonte Velha) e terminará pelo meio-dia, três quilómetros depois, junto à recém-recuperada ponte medieval de Dom Goimil, em Esposade, Custóias.
A caminhada passará por vários pontos de interesse histórico, como o Largo do Souto, a Igreja de Santiago de Custóias e a aldeia de Goimil, junto dos quais serão dadas explicações sobre a sua origem e o respetivo interesse patrimonial. Esta iniciativa ganha ainda mais importância numa semana em que o património histórico e artístico de Matosinhos foi vítima de um ato de vandalismo bárbaro, que danificou o cruzeiro seiscentista que integra o conjunto do Mosteiro de Leça do Balio, esculpido por Pio Moço.
A reabilitação da Ponte de Dom Goimil, recorde-se, ficou concluída no passado mês de Janeiro, devolvendo às suas condições originais uma travessia que integrava a chamada Via Veteris (Estrada Velha) dos romanos, caminho que, iniciando-se junto à zona da Arrábida, no Porto, constituiu durante séculos a principal ligação entre os rios Douro e Ave. Classificada pelo Estado como Imóvel de Interesse Público, a ponte terá sido mandada construir, entre os séculos XIII e XIV, pela Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de S. João de Jerusalém, para servir a via utilizada pelos romanos, primeiro, e pelos peregrinos de Santiago, depois. A obra de reabilitação custou 121 mil euros, tendo sido comparticipada por fundos comunitários.
