Miguel Araújo atuou no Constantino Nery. Ciganos e Orquestra de Jazz de Matosinhos animaram a Casa da Música do Porto.
Miguel Araújo atuou no passado sábado em Matosinhos, no Cine-Teatro Constantino Nery, e trouxe com ele o Capitão Fantástico mais a sua pistola de plástico, a Laurinha que há-de ser mais dona Laura do que a mãe, o fotógrafo do Daily Planet suspirando por Lois Lane, José descobrindo o fim do mundo no fundo do quintal e mais a pica que só o pica do sete dá. Uma noite em cheio e com casa cheia, onde aquele que é um dos mais refrescantes escritores de canções da música portuguesa atual revisitou sucessos e ensaiou algumas novas cantigas.
Sozinho em palco rodeado de instrumentos de corda, Miguel Araújo conquistou facilmente um público que esgotou o Constantino Nery com grande antecedência e que, sabendo de cor as canções mais conhecidas do repertório, acompanhou o concerto cantando, assobiando e batendo palmas a compasso. O músico retribuiu com um longo encore que incluiu uma canção de Paul McCartney, depois de já antes ter também cantado uma composição de José Mário Branco com letra de Carlos Tê, que estava sentado na primeira fila. O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha, assistiu também ao concerto.
De Matosinhos para o Porto rumaram, no domingo, os elementos da comunidade romani dos bairros da Biquinha e do Seixo que vão participar, no final do mês, num espetáculo integrado na programação que a Casa da Música está a dedicar à Alemanha. O ensaio foi, desta vez, aberto ao público e integrou o programa de comemoração do décimo aniversário do anguloso edifício desenhado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas.
Também no domingo, mas à noite, a Orquestra Jazz de Matosinhos encerrou a festa do décimo aniversário da Casa da Música, num concerto com o guitarrista norte-americano Kurt Rosenwinkel que reeditou uma parceria de sucesso. A banda matosinhense já tinha atuado com Rosenwinkel há cerca de dois anos, na portuense Avenida dos Aliados, e, mais recentemente, no Festival de Jazz de Barcelona. O resultado foi o de sempre: sala cheia e música de enorme qualidade.