“O Grande Tratado de Encenação” esta quinta-feira no Constantino Nery
Um sótão transforma-se numa tertúlia protagonizada por três jovens burgueses do Porto que lidam com o inconformismo de diferentes formas.
Entre cigarros, bebida, bolachas e a obra de Zola, discute-se o universo do teatro, na perspetiva da juventude nos anos 50, e a necessidade de uma revolução cultural resultante do fascismo do Estado Novo.
“O teatro é artifício e é assim que tem que ser. Ninguém quer ver o quotidiano no teatro. Não é esse o universo do teatro”, diz Mário, que partilha o sótão e os pensamentos com Vera e Helena, na peça “O Grande Tratado de Encenação”.
A mais recente produção do Teatro Experimental do Porto (TEP) estreia já esta quinta-feira no Teatro Municipal de Matosinhos- Constantino Nery.
“O Grande Tratado de Encenação”, da autoria de Gonçalo Amorim e Rui Pina Coelho, tem como ponto de partida o “Pequeno Tratado da Encenação”, livro que António Pedro, o fundador do TEP, escreveu em 1962 e que se apresenta como um manual da transformação não só do teatro em Portugal como do próprio país e da sua transição do fascismo para a democracia.
Este espetáculo, que estará em cena em Matosinhos até ao dia 22 de abril, é o primeiro de uma trilogia do TEP em torno da juventude e da história recente de Portugal.
Os dois outros espetáculos são dedicados à década de 70 e de 90. São eles: A Tecedeira que lia Zola (estreia no Teatro Rivoli em outubro 2017) e Maioria Absoluta (estreia em março de 2018 também no Rivoli).
A peça pode ser vista nos dias 20, 21 e 22 de abril, às 21h30, e no dia 23 de abril, às 16h00.
FICHA ARTÍSTICA
Encenação Gonçalo Amorim
Cenografia e Figurinos Catarina Barros
Desenho de Luz Francisco Tavares Teles
Música João Rosário
Interpretação Catarina Gomes, Sara Barros Leitão, Paulo Mota
