Quinta-feira, dia 28 de maio, pelas 21h30 no Cine-Teatro Constantino Nery
Um divertido exercício de esquizofrenia, misto de meditação filosófica e mergulho no vazio criativo da solidão – eis, em resumo, a peça “O Guardião do Rio”, que o Teatro da Palmilha Dentada traz esta quinta-feira, dia 28, pelas 21h30, ao Cine-Teatro Constantino Nery. Em palco estará o ator e manipulador Ivo Bastos, o qual, acompanhado por várias marionetas, dará vida a um texto que Ricardo Alves escreveu e encenou.
O cenário é a margem de um rio cujas cheias podem colocar em risco a Aldeia de Cima e a Aldeia de Baixo. Para evitar o desastre, o Guardião do Rio vigia a superfície 24 horas por dia. Não se trata de um trabalho difícil, antes muito absorvente e solitário: o guardião não pode ausentar-se nem pode deixar de vigiar a estaca graduada no meio da água; também não pode distrair-se com as idas e vindas da Rosa para a barrela da roupa.
Solitário, celibatário e amargurado, o Guardião do Rio consome-se de raiva e entretém-se a si próprio. Conversa com alucinações, mas não pode ser censurado por excessiva criatividade narrativa: quando inventaram o cargo, não lhe disseram quanto nesta história podia ser inventado e quanto tinha de ser real.