Autor da Marginal de Matosinhos recebeu a distinção máxima da Bienal de Arquitetura de Veneza
O arquiteto português Eduardo Souto de Moura recebeu este sábado o Leão de Ouro, a distinção máxima da Bienal de Arquitetura de Veneza, “pela precisão do emparelhamento de duas fotografias aéreas, que revela a relação essencial entre arquitetura, tempo e lugar”, revelou a organização no Twitter. A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza abriu este sábado ao público, na cidade italiana, com a participação de Portugal através da exposição “Public Without Rethoric”.
O certame dedicado à arquitetura – cujo prémio máximo é o Leão de Ouro – recebe 65 participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.
Eduardo Souto de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton Architects, para a exposição principal, espaço expositivo além dos pavilhões nacionais.
O arquiteto Eduardo Souto de Moura, distinguido com o Leão de Ouro, considera o prémio “o reconhecimento do valor e do nível da arquitetura portuguesa”, que “cada vez é mais reconhecida nos sítios que exigem mais qualidade”.
“Isto tudo vem de uma tradição do Siza [Vieira], do [Fernando] Távora e de outros arquitetos”, sustentou, salientando que atualmente “a arquitetura portuguesa é muito bem vista” e tem “uma qualidade superior à da maior parte dos países europeus”. “E já não é de agora, estamos fartos de ganhar prémios, o que para mim é uma vaidade, ficamos orgulhosos”, acrescentou. Relativamente ao projeto distinguido pelo júri da exposição – o complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, a recuperação de um monte alentejano e a sua adaptação a hotel — Souto de Moura disse que foi “um projeto muito difícil, porque não é radical”.
Nascido em 1952, Eduardo Souto de Moura foi vencedor do Prémio Pritzker 2011, tendo sido também o primeiro arquiteto português a ser distinguido com o Piranesi Prix de Rome, na categoria de carreira.
Formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, Eduardo Souto de Moura iniciou a sua carreira colaborando no atelier de Álvaro Siza Vieira. Em 1981, recém-formado, surpreendeu a comunidade ao vencer o concurso para o projeto do Centro Cultural da Secretaria de Estado da Cultura no Porto (1981-1991) que o viria a lançar, dentro e fora de Portugal, como um dos mais importantes arquitetos da nova geração.
Eduardo Souto Moura é atualmente professor no Pólo Territorial de Mantova do Politécnico de Milão. Assinou, entre outros projetos, a Marginal de Matosinhos, o Estádio Municipal de Braga, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança.
O arquiteto, recorde-se, doou parte do seu espólio à Casa da Arquitectura, composto por mais de 400 maquetas de estudo, pela coleção de maquetas de apresentação que integram a exposição itinerante «Temi i projeti» e ainda por 54 painéis com fotografias de Luís Ferreira Alves e esquissos relativos às obras mais emblemáticas do arquiteto. O protocolo que oficializou o contrato de data de fevereiro de 2015 e foi assinado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura e pelo então Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto.
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