Cerca de 70 peças ilustram o percurso do “peixe que fez florescer Matosinhos”.
Filipe Couto, um jovem de 26 anos, escolheu a sardinha como tema da sua tese de mestrado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O trabalho de investigação em torno de “o peixe que fez florescer Matosinhos” deu frutos e 18 valores de nota final.
O resultado da pesquisa está agora disponível aos olhos do público, para que os mais novos conheçam a importância da sardinha no desenvolvimento de Matosinhos, como explica o Vereador da Cultura, Fernando Rocha: “É importante que os mais novos percebam o ciclo da sardinha, da captura ao prato. Toda a gente em Matosinhos dependia direta ou indiretamente da pesca”.
Assim, esta exposição pretende “perpetuar e homenagear a importância e a memória deste singular peixe que fez florescer Matosinhos”.
Até 2 de Março, cerca de 70 peças das áreas do artesanato, pintura, fotografia e desenho mostram o percurso da sardinha das profundezas dos oceanos até a mesa portuguesa, passando pelas redes dos pescadores, da sua venda e a sua transformação na indústria conserveira.
Na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, os visitantes poderão encontrar fotografias do arquivo da Câmara de Matosinhos, fotografias contemporâneas, objetos de design e de artesanato, filmes, ilustrações e imagens das obras dos grandes mestres de Matosinhos, como António Carneiro, Joaquim Lopes, Augusto Gome, entre outros. Recorde-se que, nas décadas de 30 e 40 do século passado, Leixões chegou a ser o maior porto sardinheiro do mundo. A indústria conserveira, dependente da captura da sardinha, está também representada na exposição. Aliás, em 1999, a Autarquia assinalou o centenário do aparecimento da primeira fábrica de conservas, encomendando a vários arquitetos e artistas, nomeadamente Álvaro Siza, Eduardo Souto, José Emídio, José Salgado, Armando Alves, entre outros, a conceção de uma lata de conservas personalizada. Estas peças estão, de resto, expostas na Biblioteca Municipal.
Na inauguração, dia 11 de janeiro, o Presidente da Câmara de Matosinhos elogiou Filipe Couto “pela forma muito criativa de mostrar o que se passou em Matosinhos”. “Não é fácil tornar apelativa uma atividade tão tradicional. Nem sempre lhe damos o devido valor. Os pescadores de Matosinhos foram decisivos na queda do anterior regime. Em tempos muito difíceis, fizeram uma das greves mais prolongadas de que há memória”, lembrou o Dr. Guilherme Pinto.
“Sardinha – uma exposição das profundezas do mar até à mesa’ está patente até ao dia 2 de Março na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 19h00, e ao sábado, das 10h00 às 13h00. A entrada é livre.
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