Dramaturgia de Marcos Ferraz no dia da celebração da liberdade
Em dia de celebração de abril, em que se comemora o fim de uma história de repressão e censura, o Museu da Quinta de Santiago recebeu mais uma sessão de leitura dramatizada do ciclo de leituras do “Salvé a Língua de Camões”.
“Se essa rua fosse minha – O Amor Nos Anos De Chumbo”, do brasileiro Marcos Ferraz, foi a terceira leitura encenada deste ano, um romance musical de dois universitários no meio das inquietações da repressão do regime militar no Brasil, em 1968. Pedro e Carol são dois universitários de classes sociais e posições políticas diferentes que vivem uma paixão que se parece com a de Romeu e Julieta, numa época marcada pela repressão política, pela intolerância e pela ditadura militar.
Integrada na programação do 25 de abril preparada pela Câmara Municipal de Matosinhos esta sessão, que marcou o encerramento destas comemorações, contou com uma forte componente política, em que foi possível a participação do público na leitura da peça. A direção esteve a cargo de William Gavião e a interpretação contou com Adrika, Catarina Marcos, Fátima Maganinho, Luís Soares, Margarida Magalhães, Ricardo Oliveira, Root Arouca e William Gavião.
A encenação foi complementada com canções que marcam o património musical brasileiro desde a década de 1960, compostas por Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros.
Dramaturgo e argumentista com trabalho reconhecido por vários prémios, Marcos Ferraz trabalhou em séries como “O Sítio do Piacapau Amarelo”. Enquanto dramaturgo, e para além de “Se essa rua fosse minha – O Amor Nos Anos De Chumbo”, vencedora do prestigiado Prémio da Associação Paulista de Críticos de Artes, o autor notabilizou-se por peças como “Lado B – Mudaram as Estações”, “A Sessão da Tarde Ou Você Não Soube Me Amar” ou “A Borboleta Sem Asas”.
Recorde-se que o projeto “Salvé a Língua de Camões”, que vai já na sua 15ª edição, visa promover a divulgação de dramaturgias em língua portuguesa, apresentando leituras encenadas de textos de autores consagrados e emergentes, estimulando assim o intercâmbio nacional e internacional de atores, dramaturgos, criadores e estudiosos do teatro dos vários países de expressão portuguesa.
A próxima leitura do “Salvé a Língua de Camões” está agendada para o dia 18 de maio, e será dedicada ao autor paulista Fábio Brandi Torres, com o texto “Lei de Gerson”.
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