Leitura encenada de Teorema do silêncio, de Caplan Neves
O ciclo de leituras dramatúrgicas Salvé a Língua de Camões apresentou a segunda leitura deste ano no dia 28 de março, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira.
Um homem agoniza no chão e pede a uma mulher que chame uma ambulância. Ela hesita, lembrando-se que aquele que lhe chama “cabrita idiota” é o professor de Matemática que outrora a agrediu sexualmente. “Teorema do silêncio”, a peça do cabo-verdiano Caplan Neves, foi a leitura encenada desta sessão dirigida por Ângela Mattos.
Estreada em 2012 e objeto de uma reposição em 2017, a peça “Teorema do Silêncio” conquistou vários prémios de dramaturgia e foi encenada pelo grupo de teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde, tendo também passado por festivais no Brasil e chegando agora a Portugal para uma leitura encenada a cargo dos atores Duarte Moreno e Margarida Magalhães, que deram voz à tensão que a eminência da morte empresta até aos assuntos indizíveis.
Recorde-se que esta iniciativa, que vai já na sua 15ª edição, visa promover a divulgação de dramaturgias em língua portuguesa, apresentando leituras encenadas de textos de autores consagrados e emergentes, estimulando assim o intercâmbio nacional e internacional de atores, dramaturgos, criadores e estudiosos do teatro dos vários países de expressão portuguesa.
O “Salvé a Língua de Camões” é um projeto do Teatro Reactor em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos, e divulga textos dramatúrgicos do Brasil, de Cabo Verde, de Portugal e de Angola. Uma vez por mês, as palavras da língua portuguesa ganham vida na voz de atores profissionais ou de voluntários, revelando expressões teatrais e mundividências pouco conhecidas do mundo lusófono.
A próxima leitura do “Salvé a Língua de Camões” está agendada para o dia 25 de abril, e será dedicada ao autor paulista Marcos Ferraz, com o texto “Se essa rua fosse minha – o amor nos anos de chumbo”, um romance musical de dois universitários no meio das inquietações da repressão do regime militar no Brasil, em 1968. Pedro é de família simples e estuda filosofia na USP, enquanto Carol nasceu em berço esplêndido e cursa Direito no Mackenzie. As duas universidades são rivais e ficam na mesma rua, a lendária Maria Antônia, cenário de agitos políticos e dessa paixão ao estilo de Romeu e Julieta.
Notícias relacionadas
-
Salvé a Língua de Camões

Salvé a Língua de Camões
17.08.20 -
Piscinas e ginásios municipais

Piscinas e ginásios municipais
03.06.20 -
Regresso das trotinetas e bicicletas elétricas

Regresso das trotinetas e bicicletas elétricas
03.06.20 -
Eucaristia Solene do Senhor de Matosinhos

Eucaristia Solene do Senhor de Matosinhos
02.06.20
