
Leitura encenada de uma obra de Mário Lúcio de Sousa
Os jardins do Museu Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, foram, na passada sexta-feira, o cenário de mais uma sessão do ciclo “Salvé a Língua de Camões”, que já vai na sua 16.ª edição.
Este projeto, recorde-se, resulta de uma parceria da Câmara Municipal de Matosinhos com a Companhia de Teatro Reactor e tem como objetivo a defesa e difusão da Língua Portuguesa, através de leituras dramatizadas de autores e poetas novos e consagrados da literatura portuguesa e lusófona.
O texto apresentado foi “Os Dias de Birgitt”, da autoria de Mário Lúcio de Sousa (Cabo Verde).
A sessão contou com a interpretação de Raquel Araújo e de William Gavião (responsável ainda pela direção de leitura).
O texto conta a história de uma mulher confrontada com uma doença terminal, com o diagnóstico de ter somente 21 dias de vida e a sua reação a esta nova condição.
Mário Lúcio de Sousa é uma das figuras cabo-verdianas mais reconhecidas local e internacionalmente. Músico, cantor, compositor, é o escritor mais premiado do país, marcando a viragem na nova poesia cabo-verdiana com o livro “Nascimento de Um Mundo”. É autor do “Manifesto a Crioulização”, a obra mais atual sobre o fenómeno da Crioulização no mundo.
Mário Lúcio de Sousa foi Ministro da Cultura de Cabo Verde, entre 2011 e 2016, tendo discursado, por duas vezes, na Assembleia Geral das Nações Unidas e na Organização Mundial do Comércio, expondo as suas novas ideias sobre Cultura e Desenvolvimento.
Das várias obras editadas, destaque para as premiadas: “Os Trinta Dias do Homem mais Pobre do Mundo” (Prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa), “O Novíssimo Testamento” (Prémio Carlos de Oliveira, Portugal), “Biografia da Língua” (Prémio Miguel Torga- Cidade de Coimbra 2015; Prémio PEB Clube de Literatura para melhor romance em língua portuguesa de 2016).
Além de “Os Dias de Birgitt” (2018), Mário Lúcio de Sousa escreveu outros textos enquanto dramaturgo, como “Adão e As Sete Pretas de Fuligem” (2001), “Sozinha No Palco” (2004), “Vinte e Quatro Horas na Vida de um Morto” (2006), “Um Homem, Uma mulher e um Frigorífico” (2007) e “Adão e Eva” (2012).
Na sessão, foi assegurado o cumprimento de todas as regras da Direção-Geral da Saúde no âmbito do combate à pandemia por COVID 19.
