Fotobiografia de Óscar Lopes apresentada dia 28 de outubro
Se ainda fosse vivo, Óscar Lopes teria completado cem anos de idade no dia 2 de outubro. Os 95 anos de vida do ensaísta e coautor da célebre “História da Literatura Portuguesa” ficaram, ainda assim, vastamente documentadas num grande número de imagens que Manuela Espírito Santo selecionou e compilou para a fotobiografia “Retrato de Rosto”, que será lançada no próximo sábado, 28 de outubro, pelas 17 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Matosinhos.
Editado pela Câmara Municipal de Matosinhos, “Retrato de Rosto” inclui documentos e textos inéditos de Óscar Lopes, nomeadamente de caráter epistolar, permitindo traçar um retrato quase completo do historiador da literatura e cidadão empenhado, nascido no seio de uma família da pequena burguesia de Leça da Palmeira.
A apresentação da obra estará a cargo de Isabel Pires de Lima, professora de Literatura e ex-ministra da Cultura. No âmbito das comemorações do centenário de Óscar Lopes, será ainda inaugurada no átrio dos paços do concelho uma exposição evocativa da vida e da obra daquele que foi um dos mais universais matosinhenses de todos os tempos. A partir de 31 de outubro, e até ao dia 3 de dezembro, a exposição ficará patente no Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery.
Referência maior da cultura portuguesa – um “sábio inquieto”, conforme lhe chamou o jornalista e escritor Valdemar Cruz numa das últimas edições da revista E do jornal Expresso –, Óscar Lopes não se limitou a ser coautor de uma obra tão fundamental para o estudo das letras nacionais como continua a ser a “História da Literatura Portuguesa”, em que continuou a trabalhar mesmo após a morte do parceiro de empreitada, António José Saraiva. Foi crítico, ensaísta, professor, linguista e político, interessando-se de igual modo pela astrofísica, pela cosmologia, pela matemática, pela física quântica, pela música e pela literatura – de um modo que o aproximava dos sábios renascentistas.
Inesquecível também pelo caráter cívico e humanista da sua intervenção na vida pública portuguesa, Óscar Lopes foi antifascista militante desde a década de 1940. Perseguido e preso, não abdicou de intervir na sociedade e de procurar melhorá-la, fosse enquanto fundador de instituições como a Universidade Popular do Porto ou como professor capaz de inspirar os seus alunos e de demonstrar como a literatura “importa a toda a dignidade humana”, conforme recordou Vasco Graça Moura.
Manuela Espírito Santo é autora de diversas obras de ensaio e ficção, a mais recente das quais, “Tem cuidado, meu amor – cartas de prisão de Virgínia Moura e António Lobão Vital”, foi lançada na penúltima edição da Festa da Poesia, em Matosinhos. Nascida em Rossas, Vieira do Minho, foi Técnica Superior da Câmara Municipal de Matosinhos e vice-presidente do INATEL.
![]()
Notícias relacionadas
-
Piscinas e ginásios municipais

Piscinas e ginásios municipais
03.06.20 -
Regresso das trotinetas e bicicletas elétricas

Regresso das trotinetas e bicicletas elétricas
03.06.20 -
Eucaristia Solene do Senhor de Matosinhos

Eucaristia Solene do Senhor de Matosinhos
02.06.20 -
Orquestra Jazz de Matosinhos de regresso

Orquestra Jazz de Matosinhos de regresso
01.06.20
