A proposta de estratégia nacional RAP – Redução do Abandono Precoce da Educação e Formação está hoje em debate na Câmara Municipal de Matosinhos.
Professores, psicólogos, empresários, representantes do Governo e de 15 municípios, responsáveis do Instituto do Emprego e Formação Profissional, participaram numa sessão dedicada a esta problemática.
Todos os anos, milhares de jovens portugueses abandona a escola antes de completarem a sua formação básica, tornando-se mais vulneráveis ao desemprego, pobreza e exclusão social. Portugal continua a registar uma das maiores taxas de abandono precoce da educação e formação da União Europeia. Dados do Eurostat e OCDE revelam que, entre os 18 e os 24 anos, a taxa de abandono escolar em Portugal é de 18,9%, valor acima dos 12% da União Europeia.
Recorde-se que Portugal foi um dos países que se comprometeu, no âmbito da Estratégia Europa 2020, a reduzir para 10% esta taxa até 2020.
“Se queremos ser competitivos, temos de combater a principal debilidade do país”, disse Guilherme Pinto.
O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, que é também presidente da Rede Europeia de Cidades, Instituições e Escolas de Segunda Oportunidade, recordou que a necessidade de reforçar combate ao abandono escolar levou a Câmara Municipal de Matosinhos a apostar na requalificação do parque escolar (com 32 novos centros escolares) e na promoção de programas como “A Ler Vamos” e “MATIGA”, entre outros projetos.
Em 2007, Matosinhos foi um dos municípios que respondeu ao desafio lançado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, de criar a Associação EPIS- Empresários pela Inclusão Social. Em 2008, a Autarquia associou-se à Associação para a Educação de Segunda Oportunidade, Ministério da Educação e a E2C Europe, para criar a Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos.
A sessão, moderada por Luís Mesquita, diretor da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, contou ainda com a participação de Jorge Morais, chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Educação, e de António Leite, Delegado Regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e com a presença do Vereador da Educação, António Correia Pinto.
A proposta defende, entre outras medidas, uma estratégia concertada entre decisores políticos, educadores, escolas, famílias, empregadores, sindicatos e sociedade civil; a abertura da escola à comunidade; a identificação prévia de jovens em risco de abandono, entre outras.