Obra assinada por D. Carlos Azevedo sobre a vida e as tribulações do erudito bispo do Pará, na época pombalina.
João de Queirós da Silveira nasceu a 5 de agosto de 1711 em Matosinhos. Com apenas 18 anos entrou para a Congregação Beneditina.
Mais tarde conhecido como D. Frei João de S. José Queirós, foi enviado para o Brasil, mais concretamente para Belém do Pará, por Marquês de Pombal, para servir como Bispo, entre 1760 e 1763, na sequência do processo de expulsão de jesuítas de Portugal.
O seu processo na Inquisição e as alegadas acusações de que foi alvo conduziram ao seu regresso a Portugal e à sua morte no mosteiro de Arnoia, a 14 de agosto de 1764.
D. Carlos Azevedo, autor de “João de S. José Queirós”, esclarece que “esta não é a biografia que ele merece. É apenas a recolha de materiais para uma futura biografia com dados que ainda não se farejam, mas que- espero- sejam encontrados. Serve para corrigir algumas coisas do livro do Camilo Castelo Branco (1868)”.
Para o autor, João de S. José Queirós foi “vítima da teimosia e da ingratidão”, “por questionar políticas em nome do bem comum do povo”. Morreu em 1764, aos 53 anos, mas “com a liberdade perante qualquer poder”. “Espero que este livro nos ajude a ser sempre discípulos do futuro”, concluiu D. Carlos Azevedo.
Para o historiador Joel Cleto, este livro representa “a recuperação de uma memória perdida de um dos grandes filhos de Matosinhos”.
A sessão de apresentação decorreu, dia 30 de maio, na Igreja Paroquial de Matosinhos e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, Dr. Guilherme Pinto, do Vereador da Cultura, Fernando Rocha, do pároco Manuel Mendes, do presidente da União de Freguesias de Matosinhos- Leça da Palmeira, Pedro Sousa, do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Matosinhos, entre muitas outras individualidades.
“Boa parte dos matosinhenses não conhecia João de S. José Queirós. Só por isso este livro fazia todo o sentido”, disse o Dr. Guilherme Pinto.