Recolha de canídeos

A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, visitou ontem o centro de recolha Causa Animal, onde estão alojados os oito canídeos, recolhidos na semana passada, que compunham uma matilha perigosa que tem estado instalada em Santa Cruz do Bispo, junto ao Polo 1 da Plataforma Logística da APDL. Acompanhada pela presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, pelo vereador do Ambiente, Correia Pinto, e por Albano Lemos Pires, deputado municipal do PAN, a presidente pôde constatar que os animais estão bem, em segurança, encontrando-se calmos e sem quaisquer lesões resultantes do processo de recolha, mesmo a cadela grávida que, entretanto, deu à luz, estando mãe e filhotes a salvo.
Luísa Salgueiro fez, assim, questão de tranquilizar a população relativamente ao processo de recolha dos animais que compõem aquela matilha, a qual tem estado na origem de diversas queixas apresentadas às autoridades por parte de cidadãos atacados por aqueles cães. Há registos de mordeduras, queixas de ataques a agricultores e de tentativas de agressões a crianças de uma escola existente na proximidade do local onde a matilha tem estado instalada. Os animais recolhidos estão agora a ser monitorizados, esterilizados, sujeitos à profilaxia normal de vacinação e desparasitação, bem como a procedimentos tendentes à sua ressocialização. Logo que estejam reunidas as condições, estes canídeos integrarão as bolsas concelhias de adoção de animais.
O deputado municipal do PAN aproveitou a oportunidade para apresentar algumas soluções alternativas, sugerindo a devolução destes animais à natureza em condições específicas assunto que será detalhadamente analisado pelo executivo no sentido de perceber a sua possível implementação no concelho de Matosinhos.
A operação de recolha da passada semana surgiu na sequência de várias tentativas frustradas para recolher os referidos animais com recurso aos métodos convencionais, tendo a Câmara Municipal de Matosinhos recorrido desta vez a uma entidade especializada. Toda a operação foi, sublinhe-se, autorizada e acompanhada de perto pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e pela Ordem dos Veterinários, garantindo deste modo que em momento algum o bem-estar dos animais fosse colocado em causa.
A Câmara Municipal de Matosinhos tem, recorde-se, a obrigação de assegurar simultaneamente a segurança da população e o bem-estar dos animais. É o que está a fazer também neste caso e sempre de acordo com o mais escrupuloso respeito pela lei e pelo bem-estar de todos os envolvidos.
Refira-se que os serviços veterinários da Câmara Municipal de Matosinhos se têm deparado, nos últimos anos, com a existência de várias matilhas potencialmente perigosas, resultando, em muitos casos, do abandono de animais por parte dos proprietários. Constituindo uma ameaça para a segurança e para a saúde pública, estas matilhas são monitorizadas pelos serviços veterinários, que, em parceria com entidades externas, procuram regularmente recolher os animais, também com o intuito de lhes ser dada a oportunidade de uma nova vida. Os métodos tradicionais de captura são, todavia, frequentemente frustrados pelo facto de os cães serem regularmente alimentados por moradores.
A Câmara Municipal de Matosinhos tem tomado um conjunto de medidas de grande alcance no domínio do bem-estar animal, que vão desde a difusão de campanhas de adoção (desde 2017 foram adotados 150 animais), à proibição da atuação de animais em circos instalados no concelho, ao fim do abate de animais recolhidos, mesmo antes até da imposição legal desta proibição. Foram também criados serviços gratuitos de esterilização e vacinação e, no âmbito do projeto Causa Animal, estabelecidos protocolos com clínicas que tornem menos onerosa a adoção de animais por parte dos munícipes.