Emblemático edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Siza foi totalmente remodelado e acolhe agora restaurante do chef Rui Paula.
Após a conclusão das obras de requalificação do emblemático edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Siza na década de 1950, a Casa de Chá da Boa Nova reabre amanhã, sexta-feira, dia 18 de julho, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto.
Da união entre um edifício classificado como Monumento Nacional desde 2011, e um dos mais reputados chefs portugueses espera-se o surgimento de um espaço de excelência que há-de consolidar a posição de Matosinhos enquanto espaço que alia alguma da melhor arquitetura nacional com a grande gastronomia, no cenário único dos penedos da Praia da Boa Nova.
O restauro integral da Casa de Chá da Boa Nova seguiu um projeto do próprio Álvaro Siza, correspondendo a um investimento total da Câmara Municipal de Matosinhos de 441 mil euros. O projeto é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte – ON.2, com uma taxa de comparticipação de 85%.
Todo o edifício foi objeto de uma intervenção profunda, a qual permitiu atualizar equipamentos, impermeabilizar o imóvel e recuperar a cobertura, as madeiras interiores e exteriores, as caixilharias e o betão aparente. Foram igualmente colocadas de caleiras novas, realizadas segundo desenho original, e reparadas as existentes. A rede de tubagem e cablagem bem como os quadros elétricos foram substituídos, devido à sua degradação e para ficarem de acordo com a legislação em vigor. As unidades de climatização foram igualmente renovadas. Foram ainda definidos novos equipamentos de exaustão de fumos, bem como uma nova caldeira. Os trabalhos de restauro e modernização custaram 371 mil euros.
O mobiliário original, criado por Álvaro Siza, foi também reproduzido de acordo com os desenhos da época e usando os materiais inicialmente previstos, implicando um investimento que ascende aos 70 mil euros, devolvendo à Casa de Chá da Boa Nova à excelência original.
A construção da “Casa de Chá - Restaurante da Boa Nova”, conforme consta dos documentos originais, resultou, recorde-se, de um concurso aberto pela Câmara Municipal de Matosinhos em 17 de Maio de 1956, durante a presidência de Fernando Pinto de Oliveira.
O programa do concurso previa que, naquele “morro” - como que um grande rochedo em parte revestido, em parte aparente, que se levanta da terra, do mar e da praia”, ligado “desde há muito à poesia portuguesa, através da personalidade triste e grande de António Nobre” -, se fizesse um miradouro, a casa de chá-restaurante e o arranjo da plataforma norte. No que concerne à casa de chá, o documento sugeria, desde logo, que se deveria procurar atingir “uma expressão nova na nossa paisagem arquitetónica”.
Em Outubro de 1956, a autarquia decidiu entregar a execução do projeto ao arquiteto Fernando Távora, que sugeriu que o equipamento ocupasse aquele ponto específico da marginal, tendo a respetiva encomenda sido formalizada em Março de 1958.
A construção foi adjudicada em Dezembro e, dois meses depois, o então jovem arquiteto Álvaro Siza foi encarregue do projeto, por ter apresentado uma solução diferente da original (que “sobressaía muito das rochas”), a qual cativou Távora, que entretanto teve de partir para Inglaterra com uma bolsa de estudos. A edificação ficou concluída e considerada apta para abertura em 20 de junho de 1963, tendo sido inaugurada a 29 de Junho, há 51 anos. Custou, então, um milhão duzentos e noventa mil escudos.
De então para cá, a Casa de Chá da Boa Nova tinha já sido objeto de obras de conservação no ano de 1991, mas o fim da última concessão, em Março de 2012, deixou o imóvel com sinais evidentes de degradação, substancialmente agravados por sucessivo atos de vandalismo. Nesse mesmo ano, a Câmara de Matosinhos aprovou a contração de um empréstimo destinado à reabilitação do imóvel, a qual agora se conclui sem que, segundo o presidente da autarquia, dr. Guilherme Pinto, se tenha perdido um minuto sequer.
A Casa de Chá da Boa Nova foi integralmente restaurada nos últimos dez meses, seguindo um projeto do próprio Álvaro Siza que correspondeu a um investimento de 371 mil euros por parte da Câmara Municipal de Matosinhos. Todo o edifício foi objeto de uma intervenção profunda, a qual permitiu atualizar equipamentos, impermeabilizar o imóvel e recuperar a cobertura, as madeiras interiores e exteriores, as caixilharias e o betão aparente.
O mobiliário original, criado por Álvaro Siza, foi também reproduzido de acordo com os desenhos da época e usando os materiais inicialmente previstos, implicando um investimento que ascende aos 70 mil euros.
![]()
