Mozart e Vianna da Motta para escutar na Capela das Sete Bicas
Cento e cinquenta anos após o nascimento do compositor em São Tomé e Príncipe, a música de José Vianna da Motta continua viva e poderá ser escutada ao vivo no próximo sábado, 17 de março, pelas 17 horas, na Capela das Sete Bicas (Senhora da Hora). Neste templo ecoará uma das suas obras mais complexas e exuberantes para instrumentos de cordas, o “Quarteto de Cordas em Mi bemol maior”, composto em Berlim em 1888, primeiro capítulo da récita que o Quarteto de Cordas de Matosinhos ali produzirá no âmbito do programa de descentralização cultural da Câmara Municipal de Matosinhos.
Figura proeminente do panorama musical nacional na viragem do século XIX para o século XX, Vianna da Motta combinou a estética do Romantismo alemão – foi aluno de Franz Liszt e de Hans von Bülow – com as tradições musicais portuguesas, consagrando-se com a invenção de um estilo caracteristicamente nacional, uma espécie de recriação pessoal do folclore. O “Quarteto de Cordas em Mi bemol maior” data precisamente do período que passou em Frankfurt, estudando com von Bülow.
Mais de cem anos antes, em 1782, Wolfgang Amadeus Mozart compunha em Viena o “Quarteto de cordas nº14, em Sol maior, K387”, que o Quarteto de Cordas de Matosinhos interpretará na segunda parte da récita. Dedicada a Joseph Haydn, a peça utiliza uma escrita musical eloquente, bem-humorada e, sobretudo, bastante moderna. Ao longo dos seus quatro andamentos, Mozart explora, de uma forma ousada para a época, as possibilidades do cromatismo dentro da tonalidade, os limites formais e temáticos clássicos, o diálogo entre as diferentes vozes e o estilo fugato, entre outros aspetos.
Composto por Vítor Vieira (1.º violino), Juan Carlos Maggiorani (2.º violino), Jorge Alves (viola) e Marco Pereira (violoncelo), o Quarteto de Cordas de Matosinhos é presença regular na programação das principais salas de espetáculos de Portugal e da Europa, tendo conquista, em 2014, o prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos. Constituído em 2007 por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos, o agrupamento desenvolve um importante trabalho de preservação da herança musical portuguesa e europeia, realizando também, nos últimos anos, concertos regulares em igrejas e capelas do concelho, assumindo-se como um instrumento fundamental do objetivo de democratizar a fruição cultural em Matosinhos.
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