“Primeira Pedra-Monte Xisto” apresenta uma proposta assente no pressuposto de que a cidade informal e clandestina também é um campo de intervenção da arquitetura.
A Câmara Municipal de Matosinhos inaugura na próxima sexta-feira, 3 de outubro, a exposição “Primeira Pedra-Monte Xisto”, parte integrante na participação oficial de Portugal na 14ª Mostra Internacional de Arquitetura/La Bienalle di Venezia. A exposição ficará depois patente até 21 de Novembro, no átrio do edifício dos paços do concelho.
A mostra é composta pela proposta de intervenção do arquiteto Paulo Moreira no conjunto habitacional do Monte Xisto, em Guifões, uma área urbana de génese ilegal na periferia de Matosinhos, reivindicando a cidade informal como campo de experimentação e intervenção da arquitetura. A exposição conta ainda com trabalhos fotográficos resultantes do levantamento realizado por três conceituados fotógrafos nacionais - Nelson D’Aires, Paulo Pimenta e Valter Vinagre -, mostrando aspetos da ordem urbana, material e humana daquele território.
A participação portuguesa na Bienal de Veneza, com curadoria de Pedro Campos Costa, apostou este ano, recorde-se, numa reflexão sobre a habitação, consubstanciada em três edições do jornal “Homeland”. O Monte Xisto, em Matosinhos, foi escolhido para ilustrar a temática da arquitetura informal, uma área que tem vindo a suscitar o interesse de um número crescente de arquitetos em todo o mundo.
Sede de alguns dos mais emblemáticos edifícios da arquitetura contemporânea portuguesa, Matosinhos associa-se a esta iniciativa, considerando, conforme sublinha o presidente da Câmara Municipal, Dr. Guilherme Pinto, no texto que escreveu para o catálogo da exposição, que o estudo do arquiteto Paulo Moreira constitui “uma oportunidade para a promoção da qualidade de vida do concelho e para que Matosinhos esteja, outra vez, a par dos mais vanguardistas movimentos da arquitetura mundial”.