Instituído em 2005, o Prémio Fernando Távora visa "perpetuar a memória do arquiteto” Fernando Távora, "valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto direto com outras realidades, na formação da cultura do arquiteto".
Organizado pela Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte (OASRN) em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos (CMM) e a Casa da Arquitectura (ACA), o Prémio Távora consiste na atribuição de uma bolsa de viagem no valor de 6.000 euros para a melhor proposta de viagem de investigação apresentada.
Lançado em 2005, o prémio distinguiu até agora os arquitectos André Tavares, Nélson Mota, Sílvia Benedito, Maria Moita, Cristina Salvador, Armando Rabaço, Marta Pedro, Paulo Moreira, Sidh Mendiratta e Susana Ventura.
Para esta edição foram recebidas 17 candidaturas. O júri, composto pela coreógrafa Olga Roriz, pelos arquitectos Daniel Couto, Inês Lobo (indicada pela Casa da Arquitectura), Cláudia Costa Santos (em representação da OASRN) e Maria José Távora, designada pela família do Arquitecto Fernando Távora, decidiu distinguir a candidatura de Maria Neto sobre "As cidades invisíveis de Dadaab".
Licenciada em Arquitectura pela Universidade da Beira Interior, Maria Neto é investigadora do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
O júri considerou que a proposta para estudar cinco campos de refugiados na cidade queniana de Dadaab, a cem quilómetros da fronteira com a Somália, durante mais de dois meses, "se distingue, por remeter para a própria essência da arquitetura: o abrigo".
O estudo servirá, nas palavras da premiada, de apoio à investigação de doutoramento que tem em curso, sobre o "posicionamento crítico do arquiteto na delineação de estratégias de abrigo e planeamento de emergência".
A jovem arquiteta vai reunir os resultados do trabalho num livro a publicar em 2017.
A conferência de apresentação do resultado da viagem de Maria Neto realizar-se-á no próximo Dia Mundial da Arquitectura, a 3 de Outubro, novamente no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O anúncio do vencedor foi antecedido por uma conversa entre a coreógrafa Olga Roriz, membro do Júri, e Mónica Guerreiro, sua biógrafa. Marcaram ainda presença o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, o Vice-Presidente Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, Alexandre Ferreira, e o diretor da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio.