“A criança que ri” de Carlos Torres Figueiredo foi a obra distinguida.
Concedido bienalmente, o Prémio de Poesia Eugénio de Andrade, instituído pela “Modo de Ler editores e Livreiros”, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, BPI e família do autor, foi entregue, dia 27 de fevereiro, ao vencedor da edição de 2011.
A cerimónia decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho e contou com a presença do Presidente da Autarquia, Dr. Guilherme Pinto, do Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e do Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto. Segundo o presidente do júri, Prof. Dr. Luís Adriano Carlos, 53 obras estiveram a concurso, mas a escolha recaiu sobre “um livro excecional” que “não ofereceu grandes dificuldades ao júri”.
“A criança que ri” de Carlos Torres Figueiredo foi o título escolhido, numa decisão que primou pela unanimidade do júri, constituído ainda por Inês Lourenço, Jorge Sousa Braga, José Manuel Mendes, Luís Miguel Queirós e Miguel Moura.
“É uma compilação de 150 poemas em prosa, ao estilo de (Charles) Baudelaire e do próprio Eugénio de Andrade. Os poemas estão interligados na mesma textura, da qual resulta uma enorme coesão interna”, afirmou o presidente do júri. O Dr. Luís Adriano Carlos, que apresentou a obra, destacou ainda a “aliança entre a surpresa e a familiaridade das imagens”. “O tema central é o medo sem objeto. Não se percebe porque é que se tem medo. É o medo da melancolia”, acrescentou.
Por sua vez, o autor de “A criança que ri” agradeceu à família de Eugénio de Andrade e à editora pela aposta no seu livro, pois embora “ler não seja a solução” para os problemas, na realidade funciona como “um paliativo”. Carlos Torres Figueiredo procurou “fixar a realidade no papel”, tarefa difícil dado que “o nosso olhar está distorcido”.
Já o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos enalteceu a iniciativa da família de Eugénio de Andrade. “Este prémio mantém viva a memória de Eugénio de Andrade na nossa comunidade. Ele fez muitos amigos em Matosinhos. É um homem de um expoente muito grande na poesia”, concluiu o Dr. Guilherme Pinto.
O público foi ainda presenteado com a leitura de alguns poemas de “A criança que ri” e de Eugénio de Andrade, textos que foram declamados pelo ator Júlio Cardoso.