Homenagem da Câmara de Matosinhos contou com a presença de Jerónimo de Sousa.
A canção “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, interpretada pelo coro misto do Orfeão de Matosinhos abriu a cerimónia de inauguração da praceta Álvaro Cunhal, dia 26 de abril, junto à Estação de Metro da Senhora da Hora.
O historiador Manuel Loff, numa breve apresentação, deu a conhecer ao público presente um pouco do percurso pessoal, profissional e político da figura homenageada pela Câmara Municipal de Matosinhos no âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de abril de 1974.
Protagonista da resistência antifascista, Álvaro Cunhal (Coimbra, 10 de Novembro de 1913- Lisboa, 13 de junho de 2005) foi um dos célebres presos políticos que, a 3 de janeiro de 1960, fugiram da Cadeia do Forte de Peniche. Depois da fuga, Álvaro Cunhal viveu durante dois anos em Portugal, na clandestinidade. Esteve escondido em diversos pontos do país, nomeadamente em Matosinhos e, mais precisamente na Senhora da Hora, na Avenida Fabril do Norte, daí a escolha deste local para homenagear o homem, o artista e o líder político que influenciou gerações de militantes e movimentos.
Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, saudou a decisão da Autarquia de homenagear Álvaro Cunhal e, salientou, na sua intervenção, a “dimensão política e estadista que não se revelou apenas na resistência, mas nas batalhas na defesa da Constituição”. O seu legado na área dos estudos, análises políticas e produção artística foi igualmente elogiado. “Os políticos não são todos iguais. A atividade política pode e deve ser uma atividade nobre”, disse Jerónimo de Sousa.
Por sua vez, o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos explicou que a homenagem a Álvaro Cunhal “era um objetivo desde 2005 por proposta unânime da Assembleia Municipal”. “Faltava apenas encontrar um local digno para o fazermos. Aproveitando o ensejo dos 40 anos do 25 de Abril, entendemos que devíamos olhar para aqueles que, entre nós, se elevaram acima da mediania. Álvaro Cunhal foi um português maior, acima dos partidos”, declarou.
O Dr. Guilherme Pinto destacou as cinco caraterísticas que mais apreciava em Álvaro Cunhal: “Era um ‘engajado’, estava comprometido com a sua comunidade. Era um homem flexível, inteligente. Um antifascista. Um homem de esquerda, que se preocupava com aqueles que mais sofriam”.
![]()
A cerimónia contou com a presença da Presidente da Assembleia Municipal, Dr.ª Palmira Macedo, do Vice-presidente da Autarquia, Dr. Eduardo Pinheiro, do Vereador da Cultura, Fernando Rocha, do Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto, do Vereador dos Transportes e Mobilidade, Dr. José Pedro Rodrigues, da administradora da Matosinhos Sport, Eng. Helena Vaz, do presidente da União de Freguesias da Senhora da Hora e S. Mamede de Infesta, António Moutinho Mendes, entre muitos outros convidados.
O Hino Nacional encerrou a cerimónia de inauguração da praceta Álvaro Cunhal.
![]()
