Matosinhos quer ser um concelho mais acessível
“Um plano difícil, mas ambicioso e fundamental para o futuro da cidade” – a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, sintetizou assim as linhas gerais do Plano de Mobilidade e Transportes do concelho, cuja apresentação ontem assinalou o início da Semana Europeia da Mobilidade em Matosinhos. O documento, fruto de ano e meio de trabalho da Faculdade de Engenharia do Porto, conta com a colaboração de inúmeras instituições da região e inclui um conjunto de medidas a implementar até 2030, visando tornar Matosinhos um concelho mais acessível.
A sessão de ontem – que contou também com a presença do vice-presidente da autarquia, Eduardo Pinheiro, da presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, e do vereador da Mobilidade, José Pedro Rodrigues – pretendeu ser o pontapé de saída para o debate público do plano. Instrumento de planeamento decisivo para o futuro do concelho, o Plano de Mobilidade e Transportes de Matosinhos tem como objetivo geral a melhoria das acessibilidades no território e o reequilíbrio das oportunidades de deslocação dos diversos modos de circulação, com particular enfâse para o potencial ciclável do concelho, para a criação de condições para a circulação pedonal e para o uso do transporte público. Partindo de um diagnóstico aprofundado dos principais problemas de mobilidade no concelho, o plano procura apontar soluções e valorizar os modos mais sustentáveis de circulação e a qualidade de vida dos cidadãos.
O documento apresentado por Cecília Silva e Paulo Pinho inclui mais de três dezenas de medidas, entre as quais se contam a bonificação da construção em áreas próximas dos principais pontos da rede de transportes públicos, a criação de uma rede ciclável com 150 quilómetros de extensão destinada à mobilidade diária ou a redução da largura das vias para os valores mínimos definidos pelo IMT como forma de desincentivar o uso do transporte individual. O assento tónico do plano estará também colocado na sensibilização dos mais jovens, tendo em vista uma mudança de paradigma na mobilidade do concelho.
Obedecendo ao lema "Mais acessível, mais próxima", o plano prevê criar corredores nascente-poente de transportes públicos de elevada frequência, melhorar a rede de interfaces principais e promover a mobilidade sustentável para os trabalhadores dos grandes polos geradores de emprego e de viagens. Na área dos transportes de mercadorias, o documento pretende restringir o tráfego pesado na rede de acesso local ou e implementar soluções de "micro logística e de consolidação de carga pesada", estando ainda prevista a construção de um conjunto de arruamentos pontuais que permitirão reorganizar os diversos modos de transportes.
“Sendo hoje parte cada vez mais fundamental da grande metrópole que é o Grande Porto, capaz, por isso, de atrair cada vez mais investimento e habitantes, Matosinhos enfrenta também grandes desafios ao nível da mobilidade. Não vamos deixar de tratar do alargamento da A28 ou do trânsito de pesados, mas a solução tem de passar, cada vez mais, pela criação de um novo paradigma de mobilidade, assente na sustentabilidade, na descarbonização, nos transportes públicos, nos meios suaves de circulação e na partilha de meios de transporte”, explicou Luísa Salgueiro.
A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos considerou ainda que o recurso ao automóvel individual terá de ceder lugar a soluções partilhadas. “Sabemos que o ser humano é profundamente individualista. É por isso ainda mais decisivo o esforço que queremos e podemos fazer para alterar as consciências e os hábitos de cada um em prol de uma cidade que possa ser partilhada por todos, com mais qualidade de vida para todos”, disse.
A sessão realizada no espaço esad-idea da Rua Brito Capelo permitiu ainda ficar a conhecer um estudo sobre o potencial ciclável do concelho de Matosinhos, realizado no âmbito do projeto nacional Geração.mobi. No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade serão ainda apresentados, recorde-se, os sistemas de bike-sharing e de monitorização do tráfego em tempo real, os quais têm vindo a ser desenvolvidos pelo projeto LivingLab Matosinhos.
Resultado também do laboratório vivo para a descarbonização de Matosinhos – projeto que pretende criar espaços urbanos inovadores, sustentáveis, inclusivos e resilientes, nomeadamente através da implementação de soluções tecnológicas que aumentem a eficiência e reduzam o consumo de energia –, o troço central da Rua Brito Capelo passou ontem a contar com um sistema experimental de iluminação pública inteligente. O Interact City contará com novas luminárias LED que integram sensores externos de gestão da iluminação, sensores de deteção de presença e sensores de qualidade de ar.
Resultado de uma parceria com a Signify (ex-Philips Lighting), o sistema melhorará a gestão, a segurança e a eficiência energética. Os sensores de deteção de presença vão permitir que a emissão de luz seja ajustada em função da presença de pessoas na rua, resultando em poupança de custos e na redução da emissão de CO2. Adicionalmente, o sensor de qualidade do ar oferecerá informações relativas à poluição. Toda esta informação será gerida e armazenada numa só plataforma, tornando mais fácil o processo de decisão do município.
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