Vencedora da 6ª edição Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís apresenta novo romance na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
“Este é um romance que tudo tem a ver com a Matosinhos”, começou por dizer Joel Cleto, que apresentou o livro de Paula Cristina Rodrigues, dia 29 de maio, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
“Horizonte e mar” aborda o percurso de uma família de Matosinhos desde o dia 1 de dezembro de 1947 até 2013. Da tragédia que provocou a morte de 152 pescadores aos dias de hoje, aos novos tempos, os tempos do surf e dos cruzeiros de passageiros.
A história de uma peixeira que se levantava bem cedo para vender o peixe, principalmente a sardinha, e à tarde lavava a roupa no rio Leça, na antiga Ponte da Pedra. Esta é a história de Francisca e Amadeu, dos seus filhos e netos, que moravam numa casa sem condições na Rua do Godinho.
Joel Cleto destacou a abordagem histórica e etimológica deste romance, a componente de investigação, a cadência e o ritmo da narrativa.
Paula Cristina Rodrigues nasceu na cidade do Porto, em 1978, mas sempre viveu em Matosinhos, cidade à qual se sente umbilicalmente ligada. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e exerce desde 2001 o ofício de professora de Português e Francês. Em Junho de 2013, publicou o livro infantil Bicharada à Desgarrada, obra que dedicou ao seu filho.
“Horizonte e Mar”, editado pela Gradiva Publicações, valeu a Paula Cristina Rodrigues o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, na sexta edição do certame.
O júri, presidido pelo falecido Vasco Graça Moura, contou com nomes como Guilherme D'Oliveira Martins, em representação do Centro Nacional de Cultura; José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
O júri distinguiu a “abordagem etnográfica a que o romance procede, pouco presente no panorama da atual ficção portuguesa, expressa numa narrativa bem conduzida, cuja frase é, no geral, vertebrada, sendo sentimentalmente envolvente e suscetível de atravessar diversos patamares de leitura”.