Primeiro passo para uma grande mudança na paisagem urbana de Matosinhos-Sul.
O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, assistiu hoje ao início dos trabalhos de desmantelamento das instalações da Petrogal no parque de combustíveis do Real. A empreitada, iniciada há poucas semanas, constitui o primeiro passo para a eliminação dos depósitos de produtos derivados do petróleo instalados desde 1967 na zona de Matosinhos-Sul, entre a Avenida D. Afonso Henriques, a Estrada de Circunvalação e a Rua de Sousa Aroso, cumprindo-se, assim, uma antiga aspiração da Câmara Municipal de Matosinhos.
A Petrogal, refira-se, foi a primeira das três empresas instaladas no parque de armazenamento de combustíveis a iniciar a demolição dos depósitos, dando seguimento a um protocolo firmado em 2009. Seguir-se-á o desmantelamento das estruturas da Repsol e da BP, que deverá estar terminado dentro de dois anos. Nessa altura será devolvida a Matosinhos uma vasta área urbanizável para a qual Guilherme Pinto considera ser possível sonhar com uma nova centralidade para a Área Metropolitana do Porto.
“Haverá um parque verde e um novo centro cívico para Matosinhos, mas o terreno é tão vasto que permite sonhar com outras coisas. Creio que a definição do que aqui vai ser feito terá de passar por um consenso entre a câmara e as três empresas que também são proprietárias dos terrenos, mas essa será uma tarefa para o próximo presidente da câmara”, explicou Guilherme Pinto.
Os trabalhos atualmente em curso, licenciados no início de Julho pela autarquia, deverão ficar concluídos num prazo de quatro meses, após os quais a Petrogal deverá ainda efetuar análises aos solos e apresentar o respetivo plano de descontaminação. Posteriormente deverá avançar a demolição das estruturas de cimento que serviam de apoio administrativo ao parque, construído durante a década de 1960 (as obras começaram em 1962, tendo a estrutura sido inaugurada em 1967).
Após o desmantelamento dos depósitos, será ainda efetuado um estudo técnico para aferir o estado do pipeline subterrâneo que liga o Parque do Real ao terminal petrolífero do Porto de Leixões, devendo as condutas ficar também totalmente inertizadas, deixando de constituir um risco para a segurança. “Uma infraestrutura deste tipo há muito que tinha deixado de ser compatível com a cidade aqui à volta. O seu desaparecimento estava previsto há 31 anos, desde que o Plano Diretor Municipal ficou pronto, mas só agora foi possível concretizar o desmantelamento. Creio, por isso, que esta é uma boa notícia para a segurança dos matosinhenses”, sublinhou Guilherme Pinto.