Dando continuidade ao Festival Dias da Dança, o Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery voltou a receber hoje, pelas 15h00, à semelhança do que aconteceu ontem pelas 18h30, “Paradigma” de Dinis Machado, que tem no seu fulcro o corpo “como peça mecânica de um corpo orgânico maior - o palco” – e que tenta “escapar ao seu próprio antropomorfismo”.
“Em Paradigma, eu parto da minha própria nomádica e errática trajetória e do seu consequente vago e precário estatuto de cidadania. Eu aproximo-o aqui não através de uma abordagem narrativa autobiográfica mas através de uma gramática de movimento resultante de processos de contaminação inclusão, investindo na criação de forma mais do que de narrativa na procura de uma figuratividade não narrativa”.
Dinis Machado vive e trabalha entre Estocolmo e o Porto, onde nasceu. Tem o MA em Coreografia pela DOCH em Estocolmo, dirigido por Jefta Van Dinther e Frederic Gies. Estudou também ArtesVisuais na Maumaus, Teatro na ESTC e na ACE, assim como Ballet e Dança Contemporânea no Balleteatro. Desde 2007 que apresenta o seu trabalho na Áustria, Croácia, Uruguai, França, Suécia, Alemanha, Inglaterra e Portugal. Do seu percurso como performer salienta as colaborações com DD Dorvillier, Mikael Klien, Miguel Pereira, Trisha Brown Dance Company, Rogério Nuno Costa, Miguel Loureiro, O Cão Solteiro, e Isabel Barros. É artista associado do Ballet Contemporâneo do Norte no Porto e do Weld em Estocolmo.
Até 7 de maio, os municípios que compõem a Frente Atlântica do Porto acolhem 27 espetáculos nacionais e internacionais de dança contemporânea, que irão ter lugar em espaços fechados e públicos (como praças, jardins, ruas e estações de metro).
O Festival DDD Dias da Dança tem ainda uma componente extra dedicada a outras atividades como masterclasses com coreógrafos, conferências, workshops, sessões de cinema e encontros.
O Festival Dias da Dança em Matosinhos prossegue no dia 5 de maio, com a apresentação da peça “O Meu Corpo Também Dança”, de Mara Andrade, no Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery, com uma dupla sessão (10h30 e 15h00). O espetáculo apresenta “uma espécie de consultório dançante onde o corpo será experimentado entre bailarinos, médicos-bailarinos e crianças dos 6 aos 8 anos de idade”.
No mesmo dia, mas à noite, pelas 21h30, o Teatro Municipal de Matosinhos- Constantino Nery apresenta “Jaguar”, “uma cena de caça assombrada”, nas palavras da coreógrafa luso-cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas numa colaboração com Andreas Merk.
No dia 6 de maio será a vez de a Biblioteca Municipal Florbela Espanca acolher, pelas 17h30, “Petites Formes Dansées”, de Gilles Verièpe. Antes disso, pelas 17 horas, “Vaga 2”, de Né Barros, viajará de metro, entre as estações da Trindade e de Matosinhos.
