23.04.12
Gabriela Canavilhas apresenta obra de Cunha e Silva na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
“Um dueto entre uma pianista e um violinista”. Assim definiu o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos a conversa entre o Prof. Cunha e Silva e a Dr.ª Gabriela Canavilhas a propósito do livro “Óscar da Silva- Universo Açoriano”.
Lançado no dia 20 de Abril, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, o livro, editado pela Casa dos Açores do Norte, com o apoio da Fundação Luso Americana e da Fundação Eng.º António de Almeida, pretende ser um estudo inédito sobre o “universo açoriano” de Óscar da Silva.
Nascido no Porto em 1870, compôs, com apenas 11 anos, a sua primeira peça, Hino Infantil, cantada por um coro infantil sob a sua direção no Palácio de Cristal. Em 1884 começa a frequentar o Conservatório Nacional. Seis anos volvidos, toca como pianista pela primeira vez. Em 1892, ganha uma bolsa de estudos da Rainha D. Amélia e viaja para a Alemanha, onde prossegue os seus estudos no Conservatório de Leipzig e contacta com uma das maiores pianistas de todos os tempos, Clara Schumann, viúva do compositor alemão Robert Schumann.
Realizou várias tournées pela Europa e América, incluindo a terra de acolhimento, Leça da Palmeira. Dona Mécia, Sonata Saudade, Dolorosas, o Hino da Cidade do Porto, a Marcha Triunfal do Centenário da Índia, Alma Torturada e Marian são algumas das suas obras mais conhecidas.
Recebeu o Colar da Ordem de S. Tiago, e as Medalhas de Ouro e Mérito Artístico da Câmara Municipal do Porto. Óscar da Silva veio a falecer a 6 de março de 1958, em Leça da Palmeira.
Uma parte substancial do espólio de Óscar da Silva pertence à Câmara Municipal de Matosinhos. Constituído por mais de mil documentos, o espólio camarário inclui objetos e documentos relacionados com o autor, como correspondência, documentos biográficos e diversas fotografias.
A ex-ministra da Cultura, açoriana de origem, fez a apresentação da obra, admitindo sentir “um gosto enorme vir a Matosinhos, uma referência nacional em termos de política cultural”.
“Este livro resulta de um trabalho feito com critérios de investigação, denota um saber fazer que vai para além de um simples capricho amador”, disse a Dr.ª Gabriela Canavilhas.
Para escrever o livro sobre o músico e compositor, o Prof. Cunha e Silva viajou até aos Açores, contactou com varas famílias e encetou uma pesquisa nos jornais da época, que serviram de base à sua investigação.
“Este livro não é só sobre a vida e obra do investigador, mas também sobre a própria sociedade açoriana”, lembrou o autor que, curiosamente, nasceu na Rua Óscar da Silva.
O Presidente da Autarquia sublinhou a “boa relação entre os Açores e Matosinhos”. “Óscar da Silva é uma personagem única de Matosinhos. A sua obra valorizou o nosso acervo. Deu nome à nossa escola de música”, lembrou o Dr. Guilherme Pinto, numa sessão que contou igualmente com a presença do Vereador da Cultura da Autarquia, Fernando Rocha.
Em 2005, a Câmara Municipal de Matosinhos editou um CD “Óscar da Silva – Sonata Saudade – Violino e Piano”, interpretada por Fernando Laires no Piano e Alfio Pignotti no violino. A obra estreou no Porto, em 1915, no edifício do Palácio de Cristal – Teatro Gil Vicente -, tendo como intérpretes Óscar da Silva e o violinista belga René Bohet. A sonata foi inspirada na Canção X de Camões.
Conteúdo atualizado em23 de abril de 2012às 12:07
