Concerto de Barcelona é o primeiro passo para a internacionalização “mais do que merecida”
“Portugal já não chega para a Orquestra de Jazz de Matosinhos. Fomos comprová-lo a Barcelona, onde se tornaram orquestra residente do Festival Internacional de Jazz Local”.
É assim que a edição desta semana da Visão se refere ao grupo de Matosinhos, numa peça de duas páginas que documenta o concerto de Barcelona e a reação fantástica do público bem como dos jornalistas.
Depois de ter reatado o projeto com o guitarrista Kurt Rosenwinkel com uma atuação no ano passado na Avenida dos Aliados, no Porto, a Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) tocou no dia 30 de outubro, numa das mais emblemáticas salas de espetáculos de Barcelona - a mítica sala Barts. O concerto, integrado no Voll- Damm Festival Internacional de Jazz de Barcelona, serviu de apresentação do álbum “Our secret world”, com temas como “Zhivago”, “Dream of the Old” e “Path of the Heart.
Esta foi a segunda vez que a OJM atuou em Barcelona, depois de se ter estreado em março com um concerto na sala Luz de Gas.
A presença da OJM assume agora um caráter regular neste festival catalão como orquestra residente.
Criada em 1999 com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a OJM tem vindo a afirmar-se como uma das formações mais dinâmicas do atual jazz português.
Sob a direção de Carlos Azevedo e Pedro Guedes, e constituída por alguns dos melhores músicos de jazz da região norte do país, a orquestra desenvolve hoje uma linha de orientação que privilegia, por um lado, a criação de um repertório próprio e, por outro lado, a organização de projetos específicos para os quais vem convidando solistas e maestros de relevo internacional.
2006 e 2007 foram anos de progressos importantes quanto a uma crescente presença da OJM em concertos e festivais nacionais e internacionais, surgindo a público as suas primeiras edições em disco. A OJM foi ultrapassando fronteiras e atuou em Bruxelas, Milão, em Nova Iorque, no Carneggie Hall, no JVC Jazz Festival, e este ano em Barcelona.
Ashley Khan, jornalista americano especializado em jazz, percorre dos festivais de todo mundo deste género musical. Em relação à Orquestra de Jazz de Matosinhos, disse à jornalista da Visão, autora da reportagem, Gabriela Lourenço: “É a segunda vez que os vejo ao vivo. Já tinha assistido a um concerto deles em Nova Iorque há dois ou três anos e foi muito bom, mas não fantástico, confesso. Mas, às vezes, quando ouvimos um novo projeto, ouvimos também as possibilidades que tem e que podem vir a amadurecer. E foi isso que aconteceu com eles. Não ouvi um único erro neste concerto. Foi como um carro a deslizar suavemente numa estrada. Esta hora e meia passou em cinco minutos e isso só acontece quando a música é mesmo boa. Vamos a festivais à espera de ter experiências destas”.
Para Pedro Guedes, maestro, compositor e um dos fundadores da Orquestra de Jazz de Matosinhos, a internacionalização é um objetivo traçado: “queremos sair mais de Portugal, ter mais visibilidade no estrangeiro.”
Tendo garantido o estatuto de orquestra residente no Festival Internacional de Jazz de Barcelona, a OJM está em bom caminho!
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