OJM continua a aposta na revelação de novos talentos
O Nery foi o palco escolhido para mais sessão reveladora da aposta da Orquestra de Jazz de Matosinhos (OJM) na divulgação de novos talentos. Desta vez, o convite foi endereçado ao saxofonista Ricardo Toscano, considerado “uma voz firme do jazz nacional” pelo crítico Fernando Pires de Lima.
Depois de Sofia Ribeiro e Rita Maria, Ricardo Toscano é o terceiro convidado do ciclo que a OJM tem dedicado aos novos valores do jazz português. Para o início de 2016 está já convidado o também saxofonista João Mortágua.
Assim, na noite de 17 de outubro, OJM e Ricardo Toscano deram corpo a uma viagem pela história do jazz, de Jelly Roll Morton, o autointitulado inventor do género, a Maria Schneider, passando por Duke Ellington, Bob Brookmeyer e, claro, por algumas das mais emblemáticas criações da OJM, como “Sargaço” ou “Does it matter” enchendo de musicalidade o Teatro Municipal de Matosinhos.
Vencedor em 2011, com 17 anos, do Prémio Jovens Músicos, em quarteto com André Santos, João Hasselberg e João Pereira, Ricardo Toscano, hoje com 22 anos, tem colaborado com alguns nomes grandes da música nacional, como Carlos do Carmo, Camané, Rui Veloso e António Zambujo. Mário Laginha escolheu-o para o ciclo de concertos que está a programar na Casa da Música, culminando um ano em que Toscano também integrou a reedição do histórico Sexteto Jazz de Lisboa, ao lado de Mário Barreiros, Edgar Caramelo, Pedro Barreiros, Tomás Pimentel e Mário Laginha.
Criada em 1999 com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) tem vindo a afirmar-se como uma das formações mais dinâmicas do atual jazz português. Sob a direção de Carlos Azevedo e Pedro Guedes e constituída por alguns dos melhores músicos de jazz da região norte do país, a orquestra desenvolve hoje uma linha de orientação que privilegia, por um lado, a criação de um repertório próprio e, por outro lado, a organização de projetos específicos para os quais vem convidando solistas e maestros de relevo internacional. A OJM tornou-se numa referência incontornável do jazz nacional, atuando regularmente em alguns dos mais prestigiados palcos do país e do estrangeiro. Tem colaborado também com vozes e instrumentistas dos mais variados quadrantes musicais, como Mayra Andrade, Maria Rita, Dee Dee Bridgewater, Maria Schneider ou Kurt Rosenwinkel. O espetáculo “Our secret world”, em parceria com o guitarrista norte-americano, passará no próximo ano pelo mítico club Blue Note de Nova Iorque e pela Konzerthaus de Viena.