Nery esgotado para escutar a OJM com Gonçalo Moreira
Começou com “Extra Credit”, um clássico contemporâneo de Jim McNeely, e fechou com “Bela senão sem”, de João Paulo Esteves da Silva. O concerto da Orquestra Jazz de Matosinhos com o pianista Gonçalo Moreira, integrado no ciclo que a big band tem vindo a dedicar aos novos valores do jazz nacional, teve direito a casa cheia e a uma atuação de elevadíssimo nível, absolutamente sem senão e à altura do repertório selecionado por Moreira.
Depois das vozes de Sofia Ribeiro e Rita Maria, dos novos saxofonistas (Ricardo Toscano e João Mortágua) e do guitarrista Mané Fernandes, a OJM abriu o palco do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery a um pianista de Coimbra que, conforme explicou o maestro Carlos Azevedo, criou o enorme desafio de interpretar um conjunto de composições de difícil execução. O resultado foi, todavia, exemplar: orquestra e Gonçalo Moreira estiveram à altura do monumental “Hang Glidin”, de Maria Schneider, ou da estreia do arranjo de João Pedro Brandão para o “Poema à mãe” que o pianista escreveu para os versos de Eugénio de Andrade.
O programa incluiu ainda dois temas de Carlos Azevedo, “Does it Matter” e “Pipiwipi”, o “Zhivago” de Kurt Rosenwinkel (mais um momento de grande brilho na atuação de Moreira), dois temas de Fred Hersh (“The Orb” e “Arcata”) e ainda “We will not be silenced”, também de Jim McNeely.
A comemorar vinte anos de existência, a OJM voltará a atuar com a cantora Manuela Azevedo, dos Clã, a 29 Abril, no Cine-Teatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, seguindo-se concertos na Casa da Música do Porto (11 de maio) e no Teatro São Luiz, em Lisboa, a 17 de junho, onde repetirá a parceria com Sérgio Godinho.
