A sala principal do Cine-Teatro Constantino Nery acolheu no passado fim de semana a peça “Oresteia”, de Ésquilo, com encenação e dramaturgia de Rui Madeira.
O espetáculo incluiu duas partes, decorrendo a primeira no sábado, dia 15 de junho, pelas 21h30, e a segunda no domingo, 16 de junho, pelas 16h00.
Apresentada em Atenas em 458 a. C., a trilogia Oresteia (Agamémnon, Coéforas e Euménides) é constituída por três etapas de uma história que narra o assassínio de Agamémnon, rei de Argos, pela sua mulher Clitemnestra; o assassínio desta pelo filho vingador do pai, Orestes; e, finalmente, a expiação de Orestes pela morte da mãe, mal-grado a proteção dos deuses e a sua absolvição pelo tribunal de Atenas. O tema da justiça que tarda mas se cumpre, mesmo se na penumbra interior da consciência de cada homem: eis o que é tratado pelo coro das Coéforas na reflexão central desta trilogia de Ésquilo, dramaturgo de superlativa grandeza, cujas tragédias consagrou ao Tempo.
Não existem fontes fidedignas sobre a vida de Ésquilo. Terá nascido cerca de 525 a. C., em Eleusis, na Ática, filho de Eufórion, um aristocrata ateniense. É contemporâneo das guerras persas, nas quais combateu. Haveria de morrer na Sicília, em 455 ou 456. Das cerca de noventa peças que escreveu, sete chegaram aos nossos dias: Os persas (472), Os sete contra Tebas (467), As suplicantes (463) e Oresteia (458). Prometeu agrilhoado, cuja sua autoria é contestada, faria parte de uma outra trilogia, Prometeia, escrita algures entre as décadas de 480 e 452.
Intérpretes: Ana Bustorff, André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduardo Chagas, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, Rogério Boane e Solange Sá. Coros: Amália Oliveira, Ana Cristina Oliveira, André Antunes, André Pacheco, Cristiano Lima, Deolinda Mendes, Helena Guimarães, Hugo Silva, Humberto Almeida, João Chelo, Joaquim Carvalho, Jorge Bentes Paulo, José Augusto Ribeiro, José Domingos Marinho, Judite Pregueiro, Maria Elisa Fernandes, Maria Julita Capelo, Manuela Artilheiro, Tatiana Mendes e Teodorico Enes Tradução: Manuel de Oliveira Pulquério Assistente de Encenação: Nuno Campos Monteiro Apoio Dramatúrgico: Ana Lúcia Curado Cenário e Figurinos: Samuel Hof Concepção de Máscaras: António Jorge Desenho de Luz: Fred Rompante Criação Vídeo: Frederico Bustorff Madeira Criação Sonora: Luís Lopes