Fazer poesia pode estar ao alcance de todos, mesmo daqueles que não sabem sequer ler ou escrever ou daqueles que, por qualquer motivo, se afastaram de percursos escolares ou formativos. É este o ponto de partida para o projeto “O Poeta faz-se” que a Câmara Municipal de Matosinhos está a promover, no âmbito do Plano Municipal de Leitura (PML). De 29 de setembro a 15 de outubro, 40 pessoas participam nesta oficina de criação poética, das quais metade não sabe ler nem escrever. A média de idades dos formandos é de 53 anos. Segundo o Vice-presidente da autarquia e vereador da Cultura, Fernando Rocha, o objetivo deste projeto é “mostrar que todos são capazes de entender a poesia e, para isso, nada melhor do que aprender a fazê-la”. Desenvolvido pela cooperativa cultural Bairro dos Livros, este projeto decorre na Biblioteca Municipal Florbela Espanca. As formadoras Raquel Patriarca (docente e autora de livros para crianças, Doutorada em História do livro infantojuvenil em Portugal) e Maria David Castro (Mestre em Literatura Moderna e com duas décadas de experiência no mundo editorial) ajudam a desconstruir o trabalho poético para mostrar que a literatura é de e para todos. Nas sessões (que totalizam 40 horas), os formandos aprendem noções de Realidade e Ficção, de Materialidade da Escrita e Exercícios de Intertextualidade e de Sinonímia. O resultado do trabalho que os formandos irão realizar no âmbito da oficina “O Poeta Faz-se” será apresentado publicamente em novembro (em data a anunciar), através da realização de uma instalação de arte pública comunitária feita de palavras no exterior da Biblioteca Municipal Florbela Espanca. Esta oficina de criação poética para adultos constitui uma ferramenta de valorização do programa +Literacia que a Associação para o Desenvolvimento Integrado de Matosinhos (ADEIMA) desenvolve desde 2015.