"O corpo dos desejos é uma imagem. E aquilo que é inconfessável no desejo é a imagem que fazemos dele", Giorgio Agamben. Foi assim em "O Olhar Diagonal das Coisas". Um espectáculo promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos que esteve em exibição na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
"O corpo dos desejos é uma imagem. E aquilo que é inconfessável no desejo é a imagem que fazemos dele", Giorgio Agamben.
Foi assim em "O Olhar Diagonal das Coisas". Um espectáculo promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos que esteve em exibição nos dias 28, 29 e 30 de Março, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca.
Este espectáculo, que a Companhia de Teatro Assédio se propôs realizar em torno da poesia de Ana Luísa Amaral, ultrapassa o redutor formato do recital, trata-se de moldar a respiração da cena ao fascinante universo poético de uma das mais importantes vozes da poesia portuguesa contemporânea, partindo da sua obra "Poesia Reunida 1990-2005".
Na poesia de Ana Luísa Amaral "o tal olhar diagonal das coisas", de que fala um poema seu, há a reunião de duas linhas a de ver e a de ser visto "sugerindo a nossa relação com as coisas na dupla condição de interiorização e ausência com que nos chegam (múltiplas visitações) e nos interpelam."
A partir de um conjunto de textos e poemas, escolhidos por Nuno Carinhas, Rosa Martelo e Paulo Eduardo Carvalho procurou-se um diálogo entre eles. Há uma conjugação entre os poemas, mas não um enredo, tece-se uma rede com pontos que se cruzam e descruzam. Pretendeu-se, e citando de novo Rosa Martelo "... acentuar alguns cruzamentos, mas sem desfazer o vazio, o silêncio, os intervalos de que se sempre tece também a poesia."