28.10.11
Presidente da Câmara de Matosinhos profere conferência no âmbito das comemorações dos 125 anos do ISCAP.
Inspirado no exemplo de governação de Passos Manuel, Primeiro-ministro durante a monarquia constitucional, o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos defendeu que “Portugal precisa de uma mudança de paradigma”.
O Dr. Guilherme Pinto falava, dia 27 de Outubro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, numa conferência intitulada “Mobilizar os cidadãos para combater a crise”, no Ciclo de Conferências “Porto de desafios”, integrado nas comemorações dos 125 anos do ISCAP.
Falando para uma plateia onde se encontravam o Vice-presidente da Autarquia, Dr. Nuno Oliveira, o Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto, e os presidentes de junta de freguesia de S. Mamede de Infesta, António Moutinho Mendes, de Custóias, José Tunes, e de Guifões, Carmim Cabo, o Dr. Guilherme Pinto afirmou que “antes de uma crise económica, estamos perante uma crise de consciência cívica”. “Portugal é um país com imenso potencial, mas os cidadãos é que têm que mudar. Os problemas são do colectivo e não de nenhum reduto particular desse colectivo. Temos muito pouca auto-estima. Quem não tiver auto-estima está condenado ao fracasso. Temos as infra-estruturas, o melhor Serviço Nacional de Saúde, o ensino generalizado, a liberdade de expressão, um Estado Social, novas tecnologias e inovação, a aposta nas energias renováveis. Portugal não é um país periférico. Está no centro das rotas comerciais mundiais. As nossas exportações cresceram 20% em 2010 e até Junho deste ano mais 15%. Isto num país onde parece que não se passa nada”, disse.
Para o edil, a falta de liquidez dos bancos e o desemprego “são os dois grandes problemas”. No seu entender, a resposta social passa por manter os cidadãos activos, através da criação do apoio ao arrendamento e ao ensino, das cantinas sociais, das redes de farmácias e das empresas sociais. A resposta económica deve partir dos bons exemplos, das empresas que têm sucesso, que contratam os melhores quadros, que apostam nas novas tecnologias e na inovação, e “na gente nova”. Para combater a crise, a resposta política torna o Estado sustentável do ponto de vista social e gera um maior clima de confiança Além disso, o Dr. Guilherme Pinto sugeriu, em matéria de descentralização do Estado, que a escolha das Comissões de Coordenação e de Desenvolvimento Regionais deve recair nas Autarquias e não no Governo.
Relativamente aos cidadãos, além de uma participação cívica activa, através da criação de novos partidos ou movimentos, o Presidente da Câmara de Matosinhos propõe uma “democracia aleatória”, em que os cidadãos são convocados para serem órgãos de fiscalização da actividade da Autarquia. Um novo contrato social de confiança e o combate à economia paralela são outras das respostas que o Dr. Guilherme Pinto apresentou como soluções para esta crise que o País atravessa.

Conteúdo atualizado em28 de outubro de 2011às 10:43
