A portaria que determina esta classificação foi publicada hoje, dia 23 de maio, em Diário da República e refere que o imóvel se impõe “pelas suas grandes dimensões como um ícone da zona das instalações portuárias” de Leixões.
Obra pioneira do movimento moderno, o Mercado Municipal de Matosinhos começou a ser construído em 1947, na sequência da demolição do anterior mercado e da capela que ali existia. Foi construído por Luis José de Oliveira e inaugurado em 1952 pelo então Presidente da República, Craveiro Lopes.
A obra foi visitada por arquitetos e engenheiros nacionais e sobretudo espanhóis, pois a técnica e a estrutura do Mercado Municipal de Matosinhos foi, durante anos, um caso único na Península Ibérica, quanto à técnica usada no trabalho com cimento armado. Uma obra considerada arrojada, sobretudo, pela construção dos arcos em betão.
A portaria saída hoje criou uma zona especial de proteção do mercado que tem em consideração “a envolvente do imóvel, incluindo a frente portuária de Leixões, as malhas urbanas e limítrofes e os eixos de circulação”.
A imagem do Mercado de Matosinhos dificilmente se poderá dissociar do centro tradicional da cidade e do concelho de Matosinhos, sendo desde sempre um ponto de referência incontornável, não só para a população residente bem como para o visitante ocasional entre os quais se encontram em particular os turistas.
O Mercado de Matosinhos continua, em larga medida, a constituir um núcleo sólido de relacionamento social da população residente no concelho, através da valorização da variedade dos produtos e a qualidade associada, (sobretudo nos produtos hortícolas e no peixe), e a relação de confiança e proximidade estabelecida entre o cliente e o vendedor bem como a satisfatória relação qualidade/preço, em contraste com impessoalidade do atendimento e relacionamento nas grandes superfícies.