Fotografias da Guerra Colonial da autoria de Sobral Centeno em exposição na Galeria Municipal de Matosinhos até 3 de maio.
Inaugurada dia 15 de março pelo Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, e pelo Vereador da Cultura, Fernando Rocha, a exposição apresenta cerca de 30 fotografias captadas por Sobral Centena durante a Guerra Colonial, mais precisamente na Guiné, onde esteve durante dois anos.
Artista plástico de referência no panorama nacional e internacional, Sobral Centeno é natural do Porto. Frequentou o Curso de Artes Plásticas da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1983 e 1985.
Expõe regularmente, a título individual e com participação em coletivas, desde 1973, estando a sua obra representada em diversas coleções particulares e institucionais, nacionais e internacionais, como por exemplo, no Museu Amadeo Souza-Cardoso (Amarante), no Museu de Arte Contemporânea da Bienal de Cerveira (Vila Nova de Cerveira), no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), no Museu de Arte Contemporânea do Estado de Pernambuco (Olinda, Brasil), no Museu de Arte Contemporânea Assis Chateaubriand (Campina Grande, Brasil), no Kunstmuseum Walter ImGlaspalast (Augsburg, Alemanha), entre outros.
43 anos depois da sua experiência na Guerra Colonial e no ano em que se assinala o 40º aniversário da Revolução do 25 de Abril, Sobral Centeno apresenta em Matosinhos um lado menos visível e conhecido da sua produção artística. As memórias fotográficas da Guerra Colonial pelo olhar de Sobral Centeno focam-se não nas imagens de guerra, mas nas pessoas.
Cada fotografia conta uma história, na qual as personagens não têm nome, mas têm uma vida.
“Aqui os pincéis e as telas foram substituídos por uma máquina fotográfica. A máquina com que há mais de quatro décadas registou uma outra realidade, bem mais humana e fraterna, no meio da guerra para a qual fora lançada a sua geração”, refere o Vereador da Cultura, Fernando Rocha.
Na objetiva de Sobral Centeno, homens, mulheres e crianças são retratados de uma forma doce e inocente, num ambiente quase familiar, “num dos mais pesados e sofridos cenários da Guerra Colonial” que, nas palavras do Dr. Guilherme Pinto, “Sobral Centeno soube encontrar”. Um “entendimento poético do lugar e da sua identidade”, acrescenta o edil.
A exposição ‘MEMÓRIAS |1970 – 1972’ de Sobral Centeno pode ser vista, na Galeria Municipal de Matosinhos, até 3 de maio, no seguinte horário: de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, aos sábados, das 15h00 às 18h00. A entrada é livre.