A Ordem dos Arquitectos britânicos atribuiu ao Arquitecto matosinhense
Álvaro Siza Vieira, no dia 26 de Fevereiro, a Medalha de Ouro Real
2009, numa cerimónia realizada no Palácio de Buckingham.
A Ordem dos Arquitectos britânicos atribuiu ao Arquitecto matosinhense Álvaro Siza Vieira, no dia 26 de Fevereiro, a Medalha de Ouro Real 2009, numa cerimónia realizada no Palácio de Buckingham.
O galardão, que premeia o trabalho de uma vida, foi entregue pela rainha Isabel II. O Arquitecto considerou “uma grande honra” ter recebido a distinção, criada em 1848 com o patrocínio do príncipe Alberto e atribuída anualmente, com a excepção do ano em que a rainha Vitória morreu, em 1901. Por altura da atribuição da medalha, afirmou estar especialmente a pensar nos seus filhos, Álvaro Leite Siza e Joana Maria Antónia Siza.
Siza Vieira tem trabalhado com regularidade em Espanha, Itália, Holanda e França. No Reino Unido, apenas fez um trabalho – um pavilhão temporário da Serpentine Gallery, no Hyde Park, em 2005. A falta de obra sua no Reino Unido deve-se, apenas, ao facto de ter tomado a opção de não participar em concursos públicos, que exigem um trabalho intenso em pouco tempo. Além disso, não lhe faltam propostas de outros países e prefere manter uma estrutura pequena, que conta com cerca de 25 colaboradores.
Álvaro Siza foi já distinguido diversas vezes. Também Matosinhos, a sua cidade natal, premiou o seu trabalho com a atribuição, pelas mãos do Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, da Medalha de Ouro da Cidade e o Título de Cidadão Honorário. A cerimónia decorreu no dia 26 de Maio de 2007, perante uma plateia que aplaudiu, emocionada, o homenageado, um grande matosinhense que tem engrandecido o nome de Matosinhos aqui e além fronteiras.
José Saramago foi convidado a falar sobre Siza Vieira e não se conteve nas palavras. Calmo, sereno, mais uma vez, - como o próprio, assumiu – teve a honra de falar sobre um dos seus maiores amigos: Álvaro Siza Vieira. Falou de arte, de outros artistas, de genialidade, de criatividade. Sempre com um fio condutor: a obra, o perfil, a maneira de ser e de estar de um “arquitecto do mundo” que nasceu e cresceu em Matosinhos.
Foi um discurso simples, despretensioso e muito cativador, aquele que o Nobel da Literatura dedicou a Siza Vieira. A plateia ouviu-o fascinada e o arquitecto homenageado agradeceu tão honrosa presença.
Disse Siza Vieira que não tinha preparado qualquer discurso. Um “muito obrigado”, talvez. Contudo, foi um pouco mais além. Falou e falou bem, agradecendo ao Nobel da Literatura pelas palavras de amizade que lhe dirigiu e à Câmara Municipal por tão bonita homenagem.