Organização vai concertar estratégias de desenvolvimento e políticas comuns aos três concelhos, tendo em vista o novo ciclo de fundos comunitários.
Os municípios de Matosinhos, do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram hoje, em conferência de imprensa, a intenção de formalizar a Associação Frente Atlântica do Porto, uma estrutura que tem vindo a funcionar informalmente há cerca de um ano e que agora pretende constituir-se como motor de desenvolvimento de um território habitado por cerca de 700 mil pessoas, 7 por cento da população portuguesa. “É um casamento de livre vontade e, por isso, mais auspicioso, que pretende gerar e gerir ideias para tornar mais agradável este contínuo urbano comum”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto.
“O novo quadro comunitário de apoios abre um mundo de oportunidades e a associação será um instrumento que nos represente a todos para fazer parcerias, concertar estratégias e gizar políticas comuns, tirando partido das sinergias que podemos criar e da escala que esta união nos confere”, disse ainda Guilherme Pinto.
Após um ano de maturação, a Frente Atlântica chegou, assim, a um momento em que se tornou evidente a necessidade de dar um passo em frente. A carência da formalização resultou, desde logo, dos contactos que foram sendo mantidos pelos técnicos das três autarquias, mas também, conforme explicou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, da necessidade de ultrapassar as rivalidades que, no passado, fizeram perder alguns projetos importantes.
“Não é uma associação contra ninguém, mas resulta da necessidade de resistir a um centralismo cada vez mais obstinado, conforme pode constatar-se, por exemplo, pelo modelo de gestão da água que o governo quer impor aos municípios. Ou temos capacidade de reivindicação conjunta ou corremos o risco de sermos ignorados”, sintetizou o edil portuense.
Também o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, considerou que a formalização da associação constitui um “momento simbólico carregado de importância”. A Frente Atlântica, disse, constitui um reforço do Norte e do papel desenvolvimentista dos três concelhos associados, dos quais, juntos, pode sair o impulso de que o país necessita. “A região não pode continuar a ser prejudicada, é necessário corrigir as desigualdades acumuladas”, declarou ainda o autarca de Gaia, anfitrião da conferência de imprensa de ontem.