Rui Moreira entregou a Guilherme Pinto documento histórico exposto, pela primeira vez, ao público.
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A 30 de setembro de 1514 D. Manuel I reconheceu Matosinhos como um território autónomo, atribuindo-lhe a Carta de Foral. Composto por 17 fólios com encadernação em carneira a revestir pastas em madeira, com pregos e fechos em latão, o Foral encontra-se, 500 anos depois, exposto, pela primeira vez, ao público.
O documento, propriedade da Biblioteca Pública Municipal do Porto, foi cedido provisoriamente a Matosinhos para fazer parte da exposição “15 Tesouros da História de Matosinhos”, patente na Galeria Nave até 28 de fevereiro.
A exposição, inaugurada dia 30 de setembro, contou com a presença dos presidentes de câmara de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, e do Porto, Dr. Rui Moreira.
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“Esta cerimónia tem para nós o significado da devolução, mas também da amizade entre as nossas cidades. Passa por uma colaboração muito ativa que nós estamos a desenvolver. Porto e Matosinhos são duas cidades gémeas, que vivem há muito tempo juntas, mas que podem trabalhar melhor em conjunto. O simbolismo deste momento marca também esta relação de profundo respeito e de amizade. Num tempo em que tantas vezes o mundo e o nosso país são marcados por divisões, há momentos em que não há divisões, há união”, explicou o autarca portuense.
Já o Dr. Guilherme Pinto recordou que, “nestes 500 anos, fizemos um longo percurso do qual nos podemos orgulhar”. “Somos hoje o local onde existe mais capacidade, mais criatividade e onde a economia de toda esta região é mais potente. Somos, de facto, um território especial”, referiu.
O autarca salientou ainda a criação, no início deste mandato, da Frente Atlântica: “Para nós, não há fronteiras neste espaço. A competição hoje já não se faz entre Matosinhos e o Porto, Matosinhos e Gaia. Faz-se entre toda esta região e Barcelona, entre toda esta região e Madrid. Para isso, precisamos de ir somando ativos”.
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Além do Foral, a exposição apresenta outros tesouros históricos de Matosinhos. O historiador e arqueólogo Joel Cleto conduziu a visita guiada, dando a conhecer os bifaces pré-históricos encontrados na zona da Boa Nova, vasos pintados do período da Idade dos Metais e da romanização, recolhidos no Castro de Guifões, uma Ara dedicada ao deus Júpiter, uma placa funerária de bronze do Mosteiro de Leça do Balio (Idade Média), a tapeçaria de Guilherme Camarinha que evoca as origens lendárias do Senhor de Matosinhos, um crucifixo indo-português da paróquia de Leça da Palmeira, uma imagem de São Pedro da Igreja de Matosinhos, a imagem de Nossa Senhora da conceição do Convento de Leça, o altar em talha da Capela do Corpo Santo, a chave do cofre do Obelisco da Memória, um escafandro usado na construção do Porto de Leixões, a pintura “Pescadores” de Augusto Gomes, um painel publicitário de azulejos da Real Vinícola, um balancé de corte de tampos da fábrica de Conservas de Pinhais e a maqueta da Piscina das Marés.
Além dos 15 tesouros, a exposição apresenta uma galeria de matosinhenses notáveis, de frei Esteves Vasques Pimentel, responsável pela construção do Mosteiro de Leça do Balio, a Óscar Lopes, passando por Gonçalves Zarco, Passos Manuel, Florbela Espanca, Guilhermina Suggia, Abel Salazar, o bispo brasileiro frei João de S. José ou João Rodrigues de Sá, o donatário de Matosinhos cujas galés de corsários libertaram Lisboa do cerco de 1384.
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Cerveja Foral de Mathozinhos
Na cerimónia evocativa dos 500 anos da atribuição do Foral Manuelino, foi lançada a cerveja artesanal “Foral de Mathozinhos”, criada pela Unicer numa edição limitada.
Trata-se de uma cerveja forte e estruturada, seca, amarga e ligeiramente fumada, produzida a partir de água, malte de cevada, castanha, açúcar, lúpulo, mel e anis.
“Tinha a Carta de Foral de Matosinhos 375 anos, nascemos nós, não na cidade de Matosinhos, mas na cidade do Porto, faz, em 2015, 125 anos. Na altura, enquanto CUF portuense. Antes da Carta de Foral voltar a Matosinhos, viemos nós do Porto para Matosinhos faz, este ano, 50 anos. Temos uma grande ligação a ambas cidades. Obrigada por nos deixarem fazer parte deste momento. Muitos parabéns a Matosinhos”, manifestou o presidente da Comissão Executiva da Unicer, Dr. João Abecassis.
No final das intervenções seguiu-se um brinde com a cerveja “Foral de Mathozinhos”.
Presentes na cerimónia estiveram o Vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Eduardo Pinheiro, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, o Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto, a Vereadora do Ambiente, Dr.ª Joana Felício, a deputada da Assembleia da República, Dr.ª Luísa Salgueiro, o Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, Dr. Paulo Cunha e Silva, o presidente da União de Freguesias de Matosinhos- Leça da Palmeira, Dr. Pedro Sousa, a administradora da Matosinhos Sport, Engª. Helena Vaz, entre muitos outros convidados.
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