Presidente da Câmara considera “lamentável” cortes no projecto Escola a tempo inteiro.
“A principal aposta do País na educação está a ser posta em causa. Estou muito preocupado com as alterações que irão ser implementadas no projecto da AEC’s (Actividades de Enriquecimento Curricular). Ninguém ouviu as autarquias em todo este processo de reestruturação”, afirma o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.
O Dr. Guilherme Pinto recorda que a Autarquia a que preside foi das primeiras a aceitar o desafio lançado pela então ministra da Educação, avançando para a criação da Escola a tempo inteiro. “Toda a requalificação do parque escolar do Concelho teve em conta a Escola a tempo inteiro. Acho lamentável o que se está a passar. O que este Governo está a fazer é criminoso. Está a pegar no esforço que foi feito na última década para deitá-lo fora. Os excelentes resultados que estamos a ter agora estão a ser postos em causa por causa da poupança. Acho muito bem poupar, mas não mexam na educação, que é o nosso futuro”, defendeu.
O Presidente da Autarquia falava hoje, dia 17 de Novembro, na assinatura de protocolos de transferência de verbas, no valor de 187.500 euros, para as EB 2,3 do Concelho, Agrupamentos de Escolas de Leça da Palmeira/ Santa Cruz do Bispo, Perafita, Matosinhos e S. Mamede de Infesta, Escola Secundária do Padrão da Légua, Associação para a Educação de Segunda Oportunidade e Núcleo das Associações de Pais de Matosinhos.
A verba destina-se ao apoio à realização de actividades educativas, aquisição de equipamento e mobiliário, entre outras prioridades.
Os protocolos hoje assinados, na presença do Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto, correspondem, segundo o Dr. Guilherme Pinto, a 10% do total que a Câmara Municipal de Matosinhos investe anualmente no funcionamento dos agrupamentos escolares.
O edil apelou, por isso, à poupança nos consumos energéticos das escolas. “Vamos ter que controlar mais os gastos. No caso das AEC’s, estamos a falar da contratação de profissionais. Não sei como vai ser, porque as autarquias que estão dentro dos limites de endividamento não podem pedir empréstimos ao banco. Isto não faz sentido nenhum. Quem cumpre está a ser prejudicado”, concluiu o autarca.